9 vidas perdidas dos migrantes africanos, PF ainda busca pistas para desvendar o ocorrido

Barco com corpos no Pará: máquina durante tentativa de retirada da embarcação da margem de rio para caminhão levar até IML em Bragança — Foto: Fábia Sepêda/TV Liberal

Na orla do Pará, onde a imensidão do oceano se mescla com a serenidade das águas costeiras, uma descoberta sinistra despertou a atenção das autoridades. Sob a vastidão do céu, a Polícia Federal desvendou pistas sobre os trágicos destinos de migrantes africanos que buscavam novas oportunidades em terras distantes.

Os documentos e artefatos descobertos revelaram a origem das almas perdidas, vindas das distantes terras da Mauritânia e Mali, mas não se descartou a possibilidade de outras nacionalidades entre elas. No silêncio inquietante da embarcação à deriva, nove corpos foram encontrados, oito confinados dentro dela, enquanto o nono jazia solitário nas águas próximas, como se fizessem parte de um mesmo enigma sombrio.

A embarcação, meticulosamente construída com fibra de vidro e estendendo-se por cerca de 13 metros, foi encontrada desprovida de motores ou quaisquer sistemas de propulsão, sugerindo uma viagem interrompida de forma abrupta. Surpreendentemente, não exibia sinais de danos estruturais significativos, descartando a hipótese de naufrágio como causa de sua desventura.

Enquanto os investigadores enfrentavam o desafio de decifrar os mistérios sombrios que envolviam o destino desses migrantes, a perícia avançava. A Polícia Federal, em colaboração com a Polícia Científica do Pará, empreendia incansáveis esforços para identificar os corpos, seguindo os protocolos internacionais estabelecidos pela Interpol para situações de desastres. Além da identificação, o escopo da investigação abarcava a determinação da origem dos passageiros, a causa de seus óbitos e o tempo decorrido desde suas derradeiras jornadas.

A operação de resgate, que contou com a participação coordenada da Polícia Federal, Marinha do Brasil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Científica, Defesa Civil e outras entidades, desdobrou-se em um esforço conjunto para trazer à luz a verdade por trás da tragédia.

O lugar fatídico onde o barco foi descoberto foi nas águas da região do Salgado, no nordeste do estado. Essa vasta área compreende 11 municípios, entre eles Salinópolis, São João de Pirabas e Terra Alta, testemunhas silenciosas de um drama humano que transcende fronteiras e oceano. Em meio à decomposição dos corpos, uma narrativa dolorosa se desvenda, ecoando além das águas tranquilas, clamando por justiça e compaixão