O segundo debate do segundo turno em Manaus, realizado no dia 14, foi marcado por um nível decepcionante de discussões entre os candidatos David Almeida (Avante) e Capitão Alberto Neto (PL).
Os eleitores que aguardavam propostas concretas e um diálogo construtivo se depararam com um espetáculo de acusações mútuas, que mais se assemelhavam a um embate pessoal do que a uma discussão política. Esse confronto foi tão frustrante que chegou a ser comparado ao famoso bate-boca de 2000 entre Alfredo Nascimento e Eduardo Braga.
Durante os 90 minutos de debate, ficou evidente que nenhum dos candidatos estava disposto a apresentar soluções para os desafios enfrentados pela cidade. Ao invés de propostas, o que se viu foi um desenterrar de polêmicas e ataques diretos, sem que os temas relevantes para a população fossem devidamente abordados. Essa falta de foco levou à conclusão de que, neste cenário, a pergunta sobre quem saiu vitorioso é irrelevante, já que todos perderam.
Manaus, portanto, foi a verdadeira perdedora dessa noite, pois não obteve uma visão clara sobre o futuro da cidade. A ausência de propostas significativas fez com que o eleitor se sentisse diante de uma escolha constrangedora: optar pelo “menos pior” entre os candidatos. Essa situação reflete uma política local marcada pelo desinteresse em resolver os problemas reais da população, o que é especialmente preocupante para a maior cidade da região.
É crucial que os debates políticos sejam elevados a um padrão mais alto, priorizando a discussão de propostas e soluções. Naturalizar o jogo sujo e a falta de respeito nas disputas eleitorais apenas perpetua uma cultura política negativa, que ignora as necessidades urgentes da cidade. Manaus merece um debate que a respeite e que traga à tona as ideias que podem realmente transformar a vida de seus cidadãos.