A revelação feita nesta terça-feira (15) pelo ex-secretário Marcellus Campêlo em depoimento à CPI da Pandemia que o Ministério da Saúde deixou sem resposta quatro pedidos de ajuda enviados pela Secretaria de Saúde do Amazonas para evitar o colapso de oxigênio no estado repercutiu os corredores do senado federal.
Segundo Campêlo, foram enviados ofícios ao então ministro Eduardo Pazuello nos dias 9, 11, 12 e 13 de janeiro. Consequências da omissão se mostram em números onde nos dias 14 e 15, mais de 30 pessoas morreram no estado pela falta do insumo.
“A partir do dia 9 de janeiro, enviamos diariamente ofício ao Ministério da Saúde, pedindo apoio em relação a essa questão da logística de oxigênio. Não houve resposta, que eu saiba.” afirmou Campêlo.
O ex-secretário disse ainda que telefonou para Pazuello no dia 7 de janeiro e pediu “apoio logístico” para a transferência de 300 cilindros de oxigênio de Belém para Manaus. A ligação ocorreu após um encontro em que representantes da White Martins sugeriram a compra do insumo “diretamente de outro fornecedor, capaz de aumentar a disponibilidade do produto”.
“Sobre o oxigênio, especificamente, eu fiz uma ligação ao ministro Pazuello no dia 7 de janeiro, explicando a necessidade de apoio logístico para trazer oxigênio a pedido da White Martins. A partir daí, fizemos contato com o Comando Militar da Amazônia, por orientação do ministro, para fazer esse trabalho logístico” disse o ex-secretário.
Para o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), há “uma óbvia contradição” entre os depoimentos de Campêlo e Pazuello. Isso porque, segundo o ex-ministro da Saúde, o alerta sobre o risco de colapso de oxigênio só ocorreu no dia 10 de janeiro durante uma visita a Manaus — e não no dia 7.
Com informações de apoio da Agência Senado