Abuso de poder ou estratégia política? As inconsistências que sombreiam a denúncia de Amom Mandel contra Wilson Lima e David Almeida

Deputado Amon Mandel. Foto: Divulgação

O embate entre o deputado federal Amom Mandel, representante do Amazonas pelo partido Cidadania, e as autoridades locais ganha novos contornos com a persistente insatisfação do parlamentar em relação à repercussão de uma abordagem policial que ele alega ter sido qualificada como abuso de poder e humilhação pelo comando da Polícia Militar do Estado. Mandel sustenta que a operação na zona leste da capital tinha como único propósito coagi-lo, em resposta à denúncia que apresentou à Polícia Federal contra figuras influentes do estado.

Recentemente, o deputado procurou a redação de uma revista de circulação nacional, visando entregar um dossiê relacionado ao caso, com a expectativa de que o documento contivesse informações inéditas e reveladoras capazes de encerrar a controvérsia em torno do episódio.

Contudo, descobriu-se que esse dossiê já havia sido apresentado em pelo menos outras duas ocasiões, ambas próximas a períodos eleitorais. O conteúdo do documento sugere uma suposta ligação do governador Wilson Lima e do prefeito David Almeida com o crime organizado. Até o momento, foram identificadas 34 incoerências no material, incluindo a falsidade da suposta gravação da fala do prefeito David Almeida em uma ligação com traficantes, conforme confirmado por um laudo técnico de uma empresa legalmente credenciada.

Além disso, o dossiê, desprovido de assinatura, não é reconhecido pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas. É importante ressaltar que, durante o período em que o documento teria sido produzido, a secretaria de inteligência estava sob o comando de profissionais que foram alvo de operações da Polícia Federal por desvio de ouro, entre outros crimes, como noticiado nacionalmente sobre a prisão de policiais da Seai.

O conflito entre Amom Mandel e as autoridades parece longe de encontrar um desfecho. Inicialmente, a demanda do deputado era que o secretário de segurança, coronel Vinicius Almeida, gravasse um vídeo admitindo o erro da equipe na abordagem. Contudo, o coronel afirmou que não atenderá a essa demanda. Diante desse impasse, é provável que novos episódios desse desentendimento ganhem destaque nos próximos dias, mantendo a incerteza sobre o desfecho dessa complexa situação política no estado do Amazonas.

LAUDO FINAL – MANAUS