Nos dois primeiros meses deste ano, 140 animais silvestres foram resgatados pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amazonas. Por espécie, foram resgatados 62 aves, 32 mamíferos, 23 répteis e 23 quelônios. No ano passado, o Batalhão alcançou número recorde de resgates: foram 676 animais, o triplo do registrado em 2018.
Preguiças, periquitos, jacarés e cobras estão entre os animais mais resgatados pelo Batalhão Ambiental. Entre o total de resgatados, quatro animais eram considerados em extinção pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). São espécies como peixe-boi da Amazônia, macaco-aranha e macaco-prego.
De acordo com o tenente-coronel Marlon Benfica, as equipes trabalham 24 horas para atender a população e proteger os animais que sofrem violência.
“Nós criamos um disque-denúncia para atender o cidadão. Quando eles ligam, mandamos uma equipe averiguar e adotamos as providências. Se o animal tiver condições, levamos para um lugar isolado e realizamos a soltura”, explicou.
Animais resgatados que necessitam de cuidados médicos, como os que são mantidos em cativeiros e que se encontram debilitados ou feridos, são conduzidos para atendimento veterinário. Para isso, o Batalhão também atua em parceria com equipes médicas compostas por veterinários e enfermeiros.
Segundo Benfica, é necessário que a população tenha cuidado com os animais silvestres que circulam nas áreas de mata e até mesmo nas ruas. “Nós temos vários lugares aqui em Manaus, em via pública, condomínios, empresas, e até mesmo conjuntos. Já fomos acionados para várias situações de resgate”, disse.
Dependendo do animal, alguns podem oferecer risco. É o caso das cobras, por exemplo. “Tem que ter o máximo de cuidado possível, pois o animal pode se esconder debaixo de algum objeto. O alerta é ficar com o celular nas mãos monitorando o animal, enquanto entra em contato com o nosso Batalhão”, alertou o tenente-coronel.
Dema – A Delegacia Especializada em Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), da Polícia Civil, atua em parceria com o Batalhão Ambiental e a titular da especializada, delegada Carla Biaggi, explica esse trabalho em conjunto.
“O Batalhão faz o resgaste, apresenta aqui na delegacia, e fazemos um procedimento criminal, principalmente quando são casos de manter o animal silvestre em cativeiro”, disse Biaggi.
Conforme o artigo 29 do Código Ambiental, matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida, pode resultar em detenção de seis meses a um ano e multa.
A autoridade policial também explica como é feito o procedimento de perícia. “Fazemos a perícia do animal, a do local e a oitiva do autor, que é apresentado juntamente com a testemunha. Inclusive, recebemos várias ocorrências relacionadas a animais silvestres que foram resgatados, nesse ano, e em todos foi feito o procedimento criminal. Após isso, encaminhamos para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)”, enfatizou a titular da Dema.