Candidato a deputado federal do AM é preso na divisa com RR por tentar ultrapassar barreira e lutar com policiais

Edmilson Boka (PTB) é candidato a deputado federal por Amazonas — Foto: Reprodução/Facebook/Edmilson Aguia

Edmilson Boka (PTB) negou as acusações da PM, disse que a abordagem foi “desumana” e chamou os policiais de “despreparados”. Caso ocorreu neste sábado (24), no posto fiscal do Jundiá, localizado em Rorainópolis.

O candidato a deputado federal pelo Amazonas Edmilson Aguiar de Souza (PTB), conhecido como Edmilson Boka, foi detido após desacatar, lutar com agentes da Polícia Militar e tentar ultrapassar barreira que separa Roraima do estado vizinho após o horário permitido. O caso ocorreu neste sábado (24), no posto fiscal do Jundiá, localizado em Rorainópolis.

Aoportal G1/Roraima, o candidato, que já está em liberdade, negou as acusações da PM, disse que a abordagem foi “desumana” e chamou os policiais de “despreparados”. Ele classificou o caso como “abuso de autoridade”. (Leia a nota na íntegra no fim da matéria).

Em nota, a PM informou que os policiais “agiram pautando-se pelos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade” e reforçou que denúncias sobre o comportamentos dos militares “podem ser encaminhadas para a Corregedoria e serão devidamente apuradas”.

Preso, ele foi levado pela PM para a delegacia de Rorainópolis. A Polícia Civil informou que após prestar depoimento, foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por desacato contra ele e em seguida foi liberado para responder em liberdade.

De acordo com a PM, o candidato, que é caminhoneiro, chegou na barreira acompanhado da esposa por volta das 23h45. Ao ser abordado, os militares informaram que nesse horário a barreira já estava fechada, inclusive os indígenas Waimiri Atroari já haviam levantado a corrente de controle do tráfego da reserva.

Então, Edmilson passou a gritar com os policiais de serviço e questioná-los sobre legalidade da fiscalização. Disse ainda que ninguém poderia impedi-lo de continuar a viagem, pois tinha autorização para passar a qualquer hora na reserva indígena, ou seja, tinha livre acesso.

Ainda de acordo com a PM, os agentes solicitaram a documentação informada por mais de uma vez, mas Edmilson não apresentou. Ele desceu do veículo e, bastante agressivo, gritou com a guarnição de serviço, dizendo, ao mesmo tempo, que também era policial militar do Amazonas.

A corporação informou que “em nenhum momento, foi dito ao motorista que ele estava impedido de passar ou que tinha que regressar, sendo apenas prestada informação sobre o horário e regras da barreira fiscal”.

O candidato agiu de forma agressiva, juntamente com sua esposa. Eles desacataram os policiais e receberam voz de prisão. Ele resistiu e travou uma luta corporal com os policiais. Foi necessária a utilização de técnicas de imobilização para contê-lo.

A PM informou que ele chegou a ser algemado. Eles solicitaram o documento de identificação militar do candidato, mas em nenhum momento foi apresentado qualquer identificação que comprovasse que ele era mesmo PM no estado do Amazonas.

A esposa dele foi detida por desacato, já Edmilson Aguiar foi detido por, além de desacato, falsa identidade. Somente após esse momento, ele se apresentou como candidato a deputado federal no Estado do Amazonas, argumentando que não poderia ser preso.

Ambos foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil de Rorainópolis. A esposa do candidato também foi liberada.

Nesta eleição, Edmilson Boka não declarou bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nota de Edmilson Boka (PTB)

Eu simplesmente queria entender porque da agressividade do Policial Militar que me abordou. Em nenhum momento desacatei, em nenhum momento me utilizei da função de candidato ou líder dos caminhoneiros.

Eu jamais iria me arriscar na BR durante a noite se não fosse por um motivo maior.

Infelizmente, além dos riscos de acidentes por conta dos buracos e árvores caídas na estrada, agora tem o risco de ser abordado por um policial despreparado e ser agredido e preso sem nem ter o direito de ouvir os crimes que foram cometidos.

Eu já tinha ouvido muitos relatos de abuso de autoridade, mais o que eu passei superou tudo que já me falaram. Espero que tenha sido a última vez que alguém tenha que passar por essa humilhação no Jundiá. (Sic.)

Informações G1 Roraima