A fumaça proveniente das queimadas em diversas regiões do Brasil, aliada à chegada de uma frente fria, deve provocar a “chuva preta” em pelo menos cinco estados a partir deste sábado. O fenômeno já foi registrado em estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, e agora, a previsão é de que chegue ao Mato Grosso do Sul. Essa precipitação se caracteriza pela mistura de fuligem com as gotas de chuva, conferindo uma coloração escura à água.
A fuligem que tinge a chuva vem das queimadas que ocorrem na Amazônia, no Cerrado e em outros biomas, e é resultado da combustão incompleta de materiais orgânicos, como carvão, petróleo e madeira. A meteorologista Estael Sias, do MetSul, explica que as partículas de carbono negro e outros compostos resultantes desse processo são extremamente finas e podem permanecer suspensas no ar por longos períodos, percorrendo grandes distâncias.
No Rio Grande do Sul, cidades como Pelotas e São José do Norte já relataram a ocorrência da chuva preta. Em São Paulo, o fenômeno foi registrado na Zona Oeste da capital. Além do incômodo visual e ambiental, especialistas alertam que a água não deve ser consumida, pois contém contaminantes desconhecidos que podem ser prejudiciais tanto para seres humanos quanto para animais.
Além de não ser recomendada para o consumo, a chuva preta pode prejudicar o meio ambiente ao alterar a composição do solo e causar danos à infraestrutura urbana. Autoridades meteorológicas aconselham a população a se manter informada sobre as condições climáticas e a evitar o contato com essa precipitação, reforçando também o uso de máscaras para reduzir a inalação de partículas, especialmente entre pessoas com condições de saúde preexistentes.
