Na sexta-feira (17/02), segunda noite de desfiles no Centro de Convenções Professor Gilberto Mestrinho, o Sambódromo de Manaus, as escolas de samba do grupo de acesso A apresentaram seus enredos de homenagens, histórias e cultura popular. A disputa pelo título de campeã motivou as agremiações a desfilarem com garra e, assim, conquistar a vaga para concorrer entre as Especiais, no próximo ano.
A vice-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Oreni Braga, destacou o desfile das escolas de samba como um marco importante para a retomada do Carnaval, e de estímulo à economia, que movimenta toda a cadeia criativa cultural e turística da cidade com serviços.
O desfile das escolas de samba faz parte do pacote de ações do “Carnaval na Floresta”, promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. As nove agremiações da noite de sexta-feira tiveram 50 minutos para desfilar, atendendo aos critérios para classificação.
Alas com 35 integrantes no mínimo; pelo menos 50 baianas; bateria com 50 ou mais ritmistas; comissão de frente formada por 15 integrantes. Exigências dispostas em regulamento, cumpridas na passarela. O secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, destacou o preparo e a qualidade do trabalho apresentado pelas escolas.
“Este ano, a gente já disponibilizou um recurso maior que nos outros anos, compreendendo a necessidade de ampliar a capacidade das escolas, de investirem no seu Carnaval, o que amplia o número de pessoas atuando e influencia diretamente no resultado que é apresentado”, afirma o secretário.
Desfile
Abrindo a noite, a Mocidade Independente da Raiz, com o enredo “Noites do Oriente”, fez uma viagem aos contos do livro “As Mil e Uma Noites”, traduzidos por Charllita Mansour e, levados ao Sambódromo em forma de carnaval. A bateria “Ali Babá e os quarenta ladrões: O tesouro das montanhas das noites do Oriente” desfilou com 80 componentes. A escola com 11 alas e o carro alegórico “A morada dos contos de Sherazade: O Palácio do Rei Shariar” fez referência a uma das obras mais famosas da literatura do oriente.
A segunda escola da noite, Império do Havaí, levou à avenida o enredo “Marcelo Generoso de nome e coração”, de autoria de Chico da Silva, e entoado pelos integrantes distribuídos pelas 12 alas e pela bateria “Santo São Francisco de Assis”, devoto da família.
A Beija Flor do Norte clamou pelos orixás no enredo “Epahey Oyá”, que cita Iansã, símbolo da mulher guerreira. Contra a intolerância religiosa e em defesa da empatia e do respeito, a escola foi comandada pela bateria “Ogãs” com destaque para a comissão de frente, “Do Bambu sua Morada, Surge a Rainha Amada”.
O enredo “Marquinhos Dutam, boêmio maneiro, sambista verdadeiro e voto do santo guerreiro… mais um brasileiro”, defendido pela Acadêmicos da Cidade Alta, contou a história do sambista do bairro do Educandos, apaixonado também pelo Boi Bumbá Garantido, pela escola de samba carioca, Beija Flor e o time paulista Corinthians.
Nem a chuva apagou o brilho da Sem Compromisso, escola com 43 anos de estrada. O enredo “A Vida é uma Bella Arte”, fez uma homenagem à cantora e atriz amazonense Bella Queiroz. A bateria “Maestros da Arte Amazônica” e as 13 alas, dentre as quais de fãs e da velha guarda, coloriram a avenida de amarelo e preto.
A Presidente Vargas teceu homenagens ao município de Parintins com o enredo “Caprichando no presente, garantindo o futuro com as bênçãos da padroeira Parintins: Uma ilha sempre encantada”. A bateria “Ritmo do Festival – Batucada e Marujada”, teve à frente, as musas representadas pelas cunhãs-porangas do Boi Caprichoso e Garantido.
O enredo “Bosquinho poeta – A estrela poética de um sonhador, hoje reina na Dragões do Império” exaltou a vida do empresário e poeta João Bosco Rocha. Além da literatura, o homenageado sustenta paixão pelo Boi Caprichoso, pela Portela e o Flamengo, que foram traduzidas nas 10 alas da agremiação.
A penúltima escola a desfilar, Tradição Leste, apresentou o enredo “Quer queira ou não carnaval é tradição”, uma ode ao Carnaval, da origem aos tempos atuais. Fantasias carnavalescas tradicionais se destacaram na festa colorida levada à passarela. Alas de marchinhas, confete e serpentinas, deram o nome à escola.
Diretamente da zona Leste, a Mocidade Independente do Coroado levou o enredo “Marcelo Ramos e as conversas com seu pai: A imersão que dinamiza uma vida de lutas e conquistas”. Militante político, escritor e professor Marcelo Ramos, foi o homenageado da escola da Coroa de Ouro, que fechou a noite no Sambódromo com 120 ritmistas na bateria se apresentando madrugada adentro.
Neste sábado (18/02), se apresentam as escolas de samba do grupo especial, no Sambódromo, com entrada gratuita. A primeira escola a entrar na avenida é a Vila da Barra, às 20h, e na sequência, se apresentam, Primos da Ilha, Andanças de Ciganos, Reino Unido da Liberdade, Aparecida, A Grande Família, Unidos do Alvorada e Vitória-Régia.