Encerrada a Jornada Pedagógica da Educação Escolar Indígena

Jornada Pedagógica da Educação Escolar Indígena. Foto: Cleomir Santos / Semed

Professores dos Espaços de Estudos da Língua Materna e Conhecimentos Tradicionais Indígenas (EELMCTI), da Prefeitura de Manaus, participaram do encerramento da Jornada Pedagógica da Educação Escolar Indígena, nesta quinta-feira, 5/1. O evento foi realizado na Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério (DDPM) da Secretaria Municipal de Educação (Semed), no bairro Nossa Senhora das Graças, zona Centro-Sul da cidade.

Os educadores, dos 22 espaços de estudos, tiveram a chance de discutir, analisar e opinar com técnicos da Gerência de Educação Escolar Indígena (GEEI) da secretaria, sobre o material pedagógico do professor e da orientação para o planejamento mensal das atividades didáticas com os alunos.

Para a assessora pedagógica Julie Seixas, da GEEI da Semed, a jornada conseguiu alcançar os objetivos com os educadores.

“É necessário que os professores tenham essas informações para que possam realizar um trabalho de forma segura e satisfatória durante o ano letivo. Esperamos que esse trabalho flua da melhor maneira para que a gente tenha bons resultados na gestão do prefeito David Almeida e da professora Dulce Almeida na Semed, pois eles estão empenhados em nos ajudar”.

Aprendizado

O Espaço de Estudos da Língua Materna e Conhecimentos Tradicionais Indígenas Branquinho, na comunidade do Tarumã Açu, na zona Ribeirinha, com total de 25 alunos da educação infantil e do 1º ao 9º ano, trabalha com a língua Tukano, mas atende as etnias Baré, Karipuna, Dessano, Tariano e Tukano. Para a professora Inaira Melo, da etnia Tukano, a jornada tem uma relevância muito grande.

“Toda a teoria aprendida vai ser desenvolvida na minha comunidade, ensinando os alunos no resgate da língua Tukano. Vou sair daqui com o conhecimento, depois mostrar aos nossos alunos sobre a língua e tudo mais. A gerência da Semed é boa para a gente, porque somos indígenas e não sabemos falar muito bem. A gente tem dificuldade na seca, e vamos começar o calendário em janeiro com o projeto do artesanato e trabalhar a cada mês com os estudantes”, explicou.

Com total de oito alunos da educação infantil e do 1º ao 9º ano, o Espaço de Estudos da Língua Materna e Conhecimentos Tradicionais Indígenas Poranga Yasaru, na comunidade Boa Esperança, Rio Cuieiras, zona ribeirinha, foi um dos segmentos indígenas que também participaram da jornada. De acordo com o professor Stanley Sousa, da etnia Baré, todo suporte pedagógico é válido.

“É o segundo encontro que participei e todo ano é bem produtivo. A gente pega os métodos pedagógicos aqui, transforma para a nossa língua e tenta aplicar da melhor forma possível para que haja uma boa aceitação da comunidade escolar indígena. Como a nossa aldeia é pequena e está em fase de crescimento, a gente trabalha conforme a necessidade. A jornada é uma contribuição muito boa, apesar de ser um ensino diferenciado, mas a gente acaba adaptando para a nossa língua”, salientou.