Festival de Teatro da Amazônia realiza os últimos debates no Casarão de Ideias

Foto: Márcio James

O Casarão de Ideias, na rua Barroso, 279, no Centro, recebe, neste fim de semana, os últimos debates do 17º Festival de Teatro da Amazônia. A programação paralela acontece das 11h30 às 13h30, com acesso gratuito.

Neste sábado (14/10), o Ateliê 23, do Amazonas, abre a rodada para falar sobre o “Cabaré Chinelo”. O espetáculo está em temporada há 11 meses em Manaus, com passagem por São Paulo e São José do Rio Preto, no interior paulista.

A peça inspirada na pesquisa de Narciso Freitas sobre mulheres vítimas de esquema de tráfico internacional e sexual no período da Belle Époque é sucesso de bilheteria desde a estreia.

Em seguida, é a vez da Cia Pé de Vento Teatro, de Santa Catarina, contar sobre os processos que compõem “Desajustada”.
A montagem cômica e sem palavras utiliza o ridículo exacerbado de uma mulher condicionada ao cotidiano para refletir sobre uma estrutura social limitante.

A Aflorar Cultura, de São Paulo, apresenta os bastidores de “4, 5, 4, 3…Um passo por vez”. A dramaturgia de Cynthia Margareth, que, em cena, se desmonta em camadas, mostra a origem de seus procedimentos como produtora enquanto revela que seu ofício está profundamente ancorado na menina que foi, na mãe que é, na mulher que se lança.

“O festival traz repertório do país inteiro e tem também a troca entre os artistas que vai acontecendo ao longo dos debates. Tem um lugar pedagógico muito importante e trabalha junto com a função artística”, afirma Vanja Poty, atriz e coordenadora do Curso de Teatro da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Domingo

Os encontros seguem no domingo (15/10), com a Companhia Metamorfose, do Amazonas, trazendo a obra “São Jorge e o Dragão” para o debate.

A produção se passa no pacato Reinado Floridos, que vive um momento de pânico, com um dragão ameaçando a vida dos moradores e, só São Jorge pode salvar a população.

A Associação dos Artistas Cênicos do Amazonas – Arte & Fato, do Amazonas, vai reunir o elenco de “A Maravilhosa História de Sapo Tarô Bequê” para apresentar os processos da montagem com dramaturgia de Márcio Souza e direção geral de Douglas Rodrigues.
A peça narra a trajetória do sapo que vira homem, o homem que não suporta a dor de existir e volta a ser sapo.

“O Arquipélago”, da Súbita Companhia de Teatro, do Paraná, encerra a programação paralela. Com direção de Maíra Lour, o solo traz Pablito Kucarz, que evidencia a história de sua mãe, uma mulher comum, como diversas outras mães que deixaram sua casa muito jovens para trabalhar na cidade grande.

“A proposta do Festival de Teatro da Amazônia é primordial, porque aprendemos vendo outros artistas. É um ganho para a classe artística, principalmente pelo debate, pela oportunidade de assistir e depois entender como aquela cena surgiu e de que forma aconteceu trabalho”, comenta, Klindson Cruz, o palhaço Pingo.

O evento é viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura via Ministério da Cultura – Governo Federal: União e Reconstrução, apresentado pelo Nubank, organizado pela Federação de Teatro do Amazonas (Fetam), com apoio da Weg, do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, e da Prefeitura de Manaus via Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).
FOTOS: Alonso Júnior e Hamyle Nobre