Com o intuito de desenvolver a agricultura indígena no Estado e aproximar as grandes instituições financeiras, o Governo de Roraima, por meio do Iater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural), acredita na produção indígena por meio do crédito rural específico para as comunidades indígenas.
A Comunidade Moriá, no município de Uiramutã, distante aproximadamente 300 quilômetros da Capital, recebeu na última sexta-feira, dia 22, uma reunião para o alinhamento sobre as linhas de crédito em parceria com a Desenvolve Roraima, por meio do Cadastro Indígena (CAI) e o Banco da Amazônia, por meio do Pronaf Digital. A reunião teve a participação da Secretaria do Índio (SEI), sete lideranças Indígenas da região e 150 agricultores indígenas.
O gerente de crédito e incentivo rural, José Roberto da Silva Neto, explica sobre a importância dos alinhamentos com as comunidades indígenas.
“A reunião na comunidade Moriá, teve o objetivo de explicar como funcionam as linhas de crédito rural dos bancos Desenvolve Roraima e Banco da Amazônia. Também foi apresentado o Iater ao público presente e informado sobre as 84 propostas já liberadas do outro lado do Uiramutã, como Maturuca, Socó e outras comunidades próximas e agora chegamos no Moriá. Na oportunidade, tivemos um nivelamento com o Iater local sobre as linhas de crédito que estamos trabalhando dentro do município desde 2020″.
No ano passado, foram liberados R$ 241 mil em linhas de crédito somente para o município de Uiramutã. Para o mês de maio deste ano, já está previsto a liberação de R$ 180 mil. Ainda segundo José Roberto, a meta de 2022 é chegar pelo menos a 400 projetos de crédito rural indígena em todo o Estado de Roraima, nos valores entre R$ 3.000,00 a R$ 5.000,00 cada.
O presidente do Iater, Marlon Buss, ressalta que o Instituto irá atuar de forma contínua para que todos os produtores indígenas possam ser alcançados.
“É uma determinação do governador Antonio Denarium que os acessos às linhas de crédito sejam amplamente divulgados, para que todos interessados possam se candidatar. Quanto mais produtores indígenas participarem, mais as produções serão ampliadas e, efetivamente, os produtores indígenas alcançarão a sua liberdade econômica”, frisou Buss.
COMO PARTICIPAR DAS LINHAS DE CRÉDITO
A comunidade que têm interesse em trabalhar com as linhas de crédito, deve procurar a unidade do Iater da sua região, de forma organizada, e levar a lista de produtores que queiram participar. Será realizada uma reunião para mostrar os programas, tirar dúvidas, ver quantos vão querer de fato participar. Os dados pessoais serão consultados junto aos bancos para saber se há alguma restrição ou se os nomes estão aptos a fazer o projeto.
“O técnico irá fazer uma reunião na comunidade, verificar a documentação necessária, analisar a aptidão de cada produtor, em seguida fazer o levantamento patrimonial e elaborar as propostas de crédito, conforme as exigências de cada agente financeiro. O banco emite as cédulas de crédito, que precisam ser assinadas. Assim, o produtor indígena vai ao banco retirar o valor e realizar as compras conforme a proposta de crédito”, explica José Roberto.