Começa nesta segunda-feira (27) a greve dos servidores da Receita Federal, aprovada na última quinta-feira (23) após reunião do Sindicato Nacional dos Auditores (Sindifisco).
O presidente do Sindifisco, Kleber Cabral, disse à CNN que a maior parte dos auditores iria aderir à paralisação. A exceção é a área aduaneira, que iria continuar com as atividades em ritmo reduzido.
De acordo com o analista Caio Junqueira, o Ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o secretário da Receita Federal devem se reunir nesta segunda para tratar dos impasses.
Os servidores estão insatisfeitos porque o orçamento público aprovado para o ano que vem cortou verbas destinadas à instituição. Além disso, o texto aprovado no Congresso Nacional não prevê recursos para reajustar os vencimentos dos funcionários da instituição.
A decisão de entrar em greve foi tomada em uma assembleia geral dos trabalhadores com quase 4,3 mil participantes. Segundo o Sindifisco, quase 100% dos servidores apoiaram a paralisação.
Os funcionários da Receita também manifestaram apoio aos funcionários que estão entregando seus cargos na instituição. Desde o dia 15 de dezembro, auditores de todo o país estão abrindo mão das funções de chefia em protesto contra a falta de reajuste. Essa mobilização se acelerou com a aprovação do Orçamento 2022 no Congresso Nacional sem a previsão de recursos para os servidores da Receita Federal.
Segundo o Sindifisco, mais de 700 postos de chefia foram entregues na instituição, até o momento, em protesto contra os cortes no orçamento.
Com a greve, os servidores da Receita vão fazer operação padrão nas aduanas, com exceção a alguns tipos de cargas, como medicamentos e insumos da saúde. O movimento não deve afetar o trânsito de quem está em viagem internacional.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) considera destinar parte dos recursos reservados no Orçamento para o funcionalismo, que ainda não têm destinação certa, para os servidores da Receita.