O ex-ministro da Justiça, André Mendonça, tomará posse nesta quinta-feira (16) como ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). Em cerimônia marcada para as 16h, ele assumirá o cargo no tribunal mais de cinco meses depois de ter sido indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
A previsão é que o evento dure 15 minutos, sob os olhares de cerca de 60 convidados. Às 18h30, Mendonça vai comemorar a nomeação em um culto em Brasília. A celebração acontecerá em um templo da Assembleia de Deus em Madureira, igreja com a qual tem laços políticos. Pastor presbiteriano, Mendonça foi indicado por Bolsonaro como nome “terrivelmente evangélico” para o STF.
Durante a sabatina no Senado que resultou em sua aprovação para a vaga, no início de dezembro, Mendonça defendeu o Estado laico e garantiu que manterá a religião afastada de seu trabalho no Supremo. Logo após a audiência, porém, o indicado de Bolsonaro afirmou que sua chegada à Corte foi uma vitória dos evangélicos.
Foi o grupo religioso, base eleitoral do bolsonarismo, que pressionou por mais de quatro meses pelo agendamento da sabatina. Nomes como o pastor Silas Malafaia enfrentaram publicamente o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que vinha se recusando a marcar a audiência. Até cobraram empenho do governo pela aprovação de Mendonça.
A sabatina foi tranquila, mas o ex-ministro da Justiça acabou aprovado por 47 votos a 32, uma margem de 6 apoios acima do necessário. A rejeição foi a maior de um indicado ao STF desde a redemocratização, em 1985.