O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta de 0,44% em setembro, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (9). Essa é a maior variação para o mês desde 2021 e foi amplamente influenciada pelo aumento de 5,36% nos preços da energia elétrica residencial, resultante da mudança para a bandeira tarifária vermelha patamar 1. A alta reflete a pressão sobre os consumidores, que enfrentam custos adicionais na conta de luz.
Além da energia elétrica, o grupo de Habitação, que inclui serviços como água e gás, teve uma alta de 1,80%, contribuindo significativamente para o IPCA. O aumento no preço do gás de botijão, que subiu 2,40%, também impactou o orçamento das famílias. A cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 quilowatt-hora consumidos, em decorrência da nova bandeira, se somou a esses desafios financeiros.
Os alimentos também voltaram a pesar no bolso dos consumidores, com uma alta de 0,50% no grupo de Alimentação e Bebidas. A aceleração nos preços dos alimentos, influenciada pela estiagem que afeta várias lavouras, contribuiu para essa inflação. Entre os itens que mais subiram estão o limão (30,41%), mamão (10,34%) e tangerina (10,27%). Essa elevação reflete o impacto direto das condições climáticas adversas na produção agrícola.
Embora a inflação tenha subido, o resultado de setembro veio levemente abaixo das expectativas do mercado financeiro, que projetava um avanço de 0,46%. Em um cenário mais amplo, a inflação brasileira acumula alta de 4,42% em 12 meses, um ligeiro aumento em relação aos 4,24% registrados até agosto. Essa situação ressalta a volatilidade da economia brasileira e a necessidade de medidas para mitigar os impactos sobre a população.
Por fim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também registrou alta de 0,48% em setembro, após uma queda de 0,14% em agosto. Com isso, o INPC acumula alta de 3,29% no ano e 4,09% nos últimos 12 meses. Essas variações nos índices de inflação destacam os desafios que famílias de diferentes faixas de renda enfrentam, principalmente em tempos de instabilidade econômica e incertezas climáticas.