O delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza está prestes a alcançar um feito inédito ao ser nomeado secretário-geral da Interpol, a maior organização policial do mundo. Aos 43 anos, Urquiza será o primeiro brasileiro e o primeiro cidadão de um país em desenvolvimento a ocupar o cargo, algo histórico nos mais de 100 anos da instituição. Sua trajetória na Polícia Federal, iniciada em 2004, foi marcada por uma dedicação à cooperação internacional, o que o levou a assumir importantes posições na Interpol, incluindo a vice-presidência das Américas do Comitê Executivo.
A ascensão de Urquiza reflete sua expertise em crimes transnacionais, como fraudes cibernéticas e lavagem de dinheiro, áreas em que a Interpol tem intensificado seus esforços. Em entrevista, Urquiza destacou a importância de uma resposta global ao abuso infantil online, uma de suas prioridades à frente da organização. Ele também pretende levar para a Interpol a eficiência operacional da Polícia Federal brasileira, que, segundo ele, consegue atingir resultados expressivos com recursos limitados, destacando a importância de uma gestão eficiente.
O futuro secretário-geral vê na tecnologia um aliado crucial no combate ao crime organizado, especialmente com o uso da inteligência artificial e outras inovações. Urquiza também enfatiza a necessidade de parcerias com o setor privado para aprimorar as ferramentas de combate a crimes cibernéticos e a disseminação de informações falsas, algo que a Interpol já vem desenvolvendo através de seu complexo global de inovação tecnológica em Singapura.
O combate ao crime ambiental e às redes de exploração infantil também estão na pauta de Urquiza, que planeja fortalecer as iniciativas da Interpol nesses campos. Ele aponta que a transnacionalidade desses crimes exige uma cooperação estreita entre os países membros, especialmente no compartilhamento de informações e na execução de operações coordenadas, garantindo que as organizações criminosas sejam combatidas em todas as frentes.
Com uma visão clara de modernização, Urquiza deseja transformar a Interpol em um centro de excelência global, reconhecido por todas as polícias do mundo. Seu objetivo é que a organização se torne o parceiro preferencial dos países no combate ao crime, especialmente aqueles em desenvolvimento. A implementação de novas tecnologias e a capacitação das forças policiais ao redor do mundo serão pilares de sua gestão, visando melhorar a segurança global de forma eficaz e inovadora.
Com base na reportagem de G1