Neste domingo (21), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, surpreendeu o país ao anunciar em suas redes sociais que não buscará a reeleição. Apesar da decisão, ele afirmou que cumprirá seu mandato até o fim.
Em uma declaração breve, Biden prometeu detalhar os motivos de sua decisão em um pronunciamento à nação ainda esta semana. Essa decisão marca a primeira vez em décadas que um presidente dos EUA desiste de concorrer à reeleição, desde que Lyndon Johnson fez o mesmo em 1968.
A retirada de Biden ocorre em um contexto de intensas disputas políticas, incluindo um recente atentado contra o ex-presidente Donald Trump. Além disso, Biden vinha enfrentando crescente pressão de membros do Congresso Democrata, preocupados com a possibilidade de uma derrota na eleição de 5 de novembro afetar negativamente suas próprias campanhas.
Logo após o anúncio, Biden declarou apoio à candidatura de sua vice-presidente, Kamala Harris, para a presidência. “Minha escolha de Kamala como vice-presidente em 2020 foi a melhor decisão que tomei,” afirmou Biden. “Hoje, ofereço meu total apoio para que Kamala seja a indicada do nosso partido. Democratas, é hora de nos unirmos e derrotar Trump. Vamos fazer isso,” concluiu.
A resposta do campo republicano não demorou. O ex-presidente Donald Trump, em entrevista à CNN, declarou que será “mais fácil” vencer Kamala Harris nas eleições. Trump, que já havia sido alvo de um atentado recentemente, falou por telefone com a âncora Kaitlan Collins e não perdeu a oportunidade de alfinetar o presidente.
Antes do anúncio de Biden, o senador JD Vance, candidato a vice-presidente na chapa de Trump, havia questionado a capacidade de Biden de continuar na presidência caso não concorresse à reeleição. “Se Joe Biden não busca a reeleição, como pode justificar permanecer no cargo?”, escreveu Vance em sua conta no X (antigo Twitter). Ele afirmou que não concorrer seria uma admissão de que Trump estava certo sobre a incapacidade mental de Biden para liderar o país.
Na mesma mensagem em que anunciou seu apoio a Harris, Biden fez um apelo por união dentro do Partido Democrata. “Democratas, é hora de ficarmos unidos e derrotar Trump. Vamos conseguir isso,” reforçou Biden, conclamando o partido a se preparar para a batalha eleitoral que se aproxima.
Com essa decisão, o cenário político dos Estados Unidos entra em uma nova fase, com a vice-presidente Kamala Harris emergindo como a principal figura do Partido Democrata na corrida presidencial. A reação do eleitorado e dos adversários será crucial para definir os próximos passos na complexa trajetória eleitoral americana.