MELANCÓLICO: Arthur Neto é o maior vexame do pleito 2022 no AM

Arthur Neto Eleições 2022
Foto: Internet

Parlamentar que parava o Senado, como lembrava em sua propaganda, tucano da elite dos dois governos do PSDB (1995-2002), político de expressão nacional, o ex-prefeito de Manaus Arthur Neto, 76 anos, vê hoje o desgaste do tempo e seu bico pesar.

Derrotado em sua tentativa de voltar ao Congresso, o líder tucano viu neste domingo o esgarçar de seu prestígio com a votação que recebeu em Manaus.

Na cidade que governou por oito anos (2013 e 2020), Arthur perdeu a eleição. Ficou em 3º lugar com 9,53% dos votos. Foi uma derrota acachapante.

Ele perdeu para Alfredo Menezes (PL), o candidato do presidente Bolsonaro, que nunca teve um mandato.

Perdeu também para o senador Omar Aziz (PSD), seu ex-aliado e hoje desafeto. E mais: viu Omar se reeleger, numa disputa emocionante, da qual não teve protagonismo.

Mas o declínio de Arthur Neto pode ser visto num tempo mais pretérito. Para começar, ele nunca teve uma base.

A própria organização do partido é uma demonstração disso. Ele nunca se afastou do controle do PSDB-AM. Quando o fez, colocou seu filho na presidência, Arthur Bisneto, ou mantendo seu braço direito, Mário Barros, espécie de faz tudo na legenda.

Prévias do PSDB

No ano passado, o ex-prefeito de Manaus tentou emplacar seu nome como candidato a presidente da República.

Mas acabou sendo o último colocado da disputa, com pouco mais de 1% dos votos (1,35%).

Seu jogo nacional foi interpretado no meio político como uma estratégia de obter mídia para seu projeto regional ao Senado.

Desmoralização

Regionalmente, este ano, Arthur viria a ser exposto a uma ação de desmoralização puxada por um ex-aliado, o senador Plínio Valério.

Isso foi em março, quando o tucano tentava fortalecer sua então pré-candidatura a senador. Essa movimentação previa a filiação do ex-governador Amazonino Mendes (Cidadania) no PSDB.

Mas Plínio Valério bateu o pé. Disse que o cacique não entraria nas fileiras tucanas, de jeito nenhum. Ele não apenas falou, mas agiu contra a filiação de Amazonino.

Sem anteparo

Com tudo isso, o problema maior para Arthur não será ficar sem mandato, ser representante do Amazonas no Senado.

Como ex-prefeito, com um caso policial lhe assombrando, o caso Flávio, poderá significar a perda de sua própria proteção em pós-mandato.

Com informações do BNC Amazonas