MP-AM move ação civil pública contra Hapvida por falhas no atendimento a pacientes com TEA

Hospital Rio Negro em Manaus. Foto: Divulgação

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) ingressou com uma Ação Civil Pública (ACP) contra a Hapvida Assistência Médica S.A. no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). A decisão foi tomada após a empresa descumprir diversos acordos para melhorar o atendimento a pacientes, especialmente crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Motivos da Ação

Segundo o MP-AM, os serviços prestados pela Hapvida, nos termos do Código de Defesa do Consumidor (CDC), são considerados inadequados. A ação destaca que os serviços de saúde oferecidos pela Hapvida estão em desacordo com as normas vigentes, representando graves riscos à saúde e ao desenvolvimento dos pacientes.

Irregularidades Identificadas

O MP-AM apontou várias irregularidades nos serviços prestados pela Hapvida, incluindo:

  • Quantidade insuficiente de profissionais para atender à demanda.
  • Profissionais sem a especialização necessária.
  • Sessões de atendimento com duração inferior ao recomendado por laudos médicos.

Falta de estrutura física adequada.

Troca frequente de profissionais, prejudicando a continuidade do tratamento.
Agendamento de consultas e terapias para dois ou mais pacientes no mesmo horário.
Alterações de horários sem aviso prévio.
Descontinuidade dos atendimentos necessários para pacientes com TEA.

Histórico e Tentativas de Solução

Desde o recebimento das reclamações em 13 de janeiro de 2023, até o ajuizamento da ACP, passaram-se 1 ano e 5 meses. Nesse período, foram realizadas mais de 40 audiências conciliatórias e de instrução entre os pais dos pacientes e a Hapvida, buscando a adequação dos serviços aos protocolos e normas vigentes.

Objetivos da Ação Civil Pública

A ACP busca, em caráter de urgência, obrigar a Hapvida a cumprir suas obrigações contratuais e fornecer o atendimento necessário aos pacientes com TEA. Isso inclui:

Atendimento na rede própria ou credenciada.

Custeio de consultas particulares, se necessário.
Aplicação de multa de R$ 1.000,00 por paciente em caso de descumprimento.
Os pedidos incluem também a marcação de consultas ou terapias no prazo de 48 horas úteis, o reembolso integral das despesas comprovadas e a comprovação mensal das marcações realizadas para os pacientes com TEA.

Finalidade da Medida

A medida visa garantir que os pacientes com TEA recebam o atendimento adequado e necessário para seu desenvolvimento e bem-estar, pressionando a empresa a corrigir as falhas apontadas e protegendo os direitos dos beneficiários do serviço.