O vento do saber

Foto: Divulgação Amazonas Energia

Chegada da energia elétrica no Lago do Piranha, comunidade de Manacapuru, mudou o cotidiano de pessoas como o estudante Anézio

O pequeno Anézio Oliveira, 9 anos, ainda guarda vivo na memória o período em que a energia elétrica era escassa.

“Como era muito quente, eu ficava me abanando o tempo inteiro e não anotava o que a professora falava. Aí eu não aprendia”.

Há um ano, desde que o serviço se tornou permanente por causa das placas de energia solar implantadas pela Amazonas Energia, a vida escolar de Anézio evoluiu.

“O ventilador é muito bom. Acho que ele traz o vento da sabedoria. Agora, consigo entender a professora”, disse o tagarela estudante do 3º ano do ensino fundamental.

Por meio do programa “Mais Luz para a Amazônia” (MLA), coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e executado no estado pela concessionária Amazonas energia, 78 domicílios, por volta de 400 pessoas, foram beneficiadas há cerca de um ano com energia limpa e renovável: a solar.

Por estar situada numa região remota, de difícil acesso, principalmente durante o período das cheias, o Lago do Piranha foi pioneiro no programa que, segundo o site do MME, já atendeu mais de 44 mil pessoas em todo o país.

“São pessoas de baixa renda, moradores de comunidades ribeirinhas, indígenas, quilombolas, assentamentos rurais, residentes em unidades de conservação, escolas, postos de saúde e poços de água comunitários”, detalha o site governamental.

No Amazonas, os painéis fotovoltaicos mudaram a rotina, trouxeram bem-estar, economia financeira e resgataram a esperança de um futuro promissor com base num presidente com mais comodidades.

Satisfação

A merendeira Leidiane Moraes Henrique, ao longo de 13 anos como funcionária da Escola Municipal Bom Jesus, fala sobre as mudanças depois da chegada da energia solar com um sorriso no rosto. As placas no teto trouxeram conforto para a casa dela e expediente menos desgastante na escola.

“Antes, era usado motorzinho de luz quando a gente tinha dinheiro e funcionava. A gente gastava R$ 150 por mês com gasolina e não dava para ter energia sempre. Tinha noite que nem se ligava (motor), mas nas outras não. Hoje, tá bem porque podemos ter geladeira, ter ventilador, dormir a noite toda e ainda sobra dinheiro para comprar livros para meus dois filhos”, declarou a merendeira.

Leidiane complementou que a mudança também chegou à escola. “Muitas crianças iam embora mais cedo. Meu filho mais velho vivia com dor de cabeça por causa do calor. Agora, tá todo mundo bem. A escola pode ter até computador e internet”, celebrou.

Outras áreas do Amazonas receberão o MLA nos próximos meses.

“Iniciamos o programa pelo Lago do Piranha, em Manacapuru, com 78 unidades consumidoras. Na segunda etapa, atendemos 952 unidades na área rural de Manaus. Já atendemos Beruri, Canutama e estamos com obras em Tapauá e Lábrea. Até agosto, pretendemos beneficiar 4.380 pessoas com energia de boa qualidade”, sinalizou Telma Paula, fiscal dos contratos do MLA da Amazonas Energia.