OMS declarou a varíola dos macacos como emergência de saúde pública internacional

Micrografia eletrônica de transmissão colorida de partículas do vírus da varíola dos macacos (laranja) encontradas dentro de uma célula infectada (marrom), cultivadas em laboratório. Foto: NIAID

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a varíola dos macacos como emergência de saúde pública internacional, o nível máximo de alerta do órgão. O anúncio foi feito pelo diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na manhã deste sábado, em uma entrevista coletiva.

Até o momento, quase 17 mil casos foram diagnosticados em 74 países do mundo.

— Decidi declarar uma emergência de saúde pública de alcance internacional — disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmando que o risco no mundo é relativamente moderado, exceto na Europa, onde é alto.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante anúncio na OMS neste sábado – Foto – Reprodução Twitter

Tedros explicou que o comitê de especialistas não conseguiu chegar a um consenso e permaneceu dividido sobre a necessidade do nível mais alto de alerta. Em última análise, a decisão cabe ao diretor-geral.

— É um chamado à ação, mas não é o primeiro — disse Mike Ryan, chefe de emergências da OMS, que esperava que o alerta levasse a uma ação coletiva contra a doença.

Desde o início de maio, quando foi detectada pela primeira vez fora dos países africanos onde é endêmica, a doença afetou mais de 16.836 pessoas em 74 países, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA em 22 de julho.
Monkeypox não é uma doença sexualmente transmissível, mas fora de áreas endêmicas afeta homens que fazem sexo com homens, com algumas exceções.

Na quinta-feira, Tedros expressou “sua preocupação” com o aumento do número de casos de varíola do macaco, durante a abertura da reunião do comitê de emergência de especialistas. Em uma primeira reunião, em 23 de junho, a maioria dos especialistas recomendou que Tedros não declarasse emergência de saúde pública de âmbito internacional.

Sobre a varíola dos macacos

Desde o início de maio, foi detectado um aumento incomum de casos fora dos países da África Central e Ocidental onde o vírus é endêmico, espalhando-se por todo o mundo, com um alto número de infecções na Europa.
A varíola do macaco – detectada pela primeira vez em humanos em 1970 – é menos perigosa e contagiosa do que a varíola, erradicada em 1980. Na maioria dos casos, os pacientes são homens relativamente jovens, que têm relações homossexuais e geralmente vivem em cidades, disse a OMS.

De acordo com um estudo do New England Journal of Medicine com 528 pessoas em 16 países — o maior até o momento — 95% dos casos foram transmitidos sexualmente.

Na sexta-feira, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou estender o uso de uma vacina contra a varíola para combater a propagação da varíola do macaco, que já é usada em vários países.

Em 2013, a UE aprovou a vacina Imvanex, da empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, para prevenir a varíola. Seu uso agora é estendido devido à sua semelhança com o vírus da varíola do macaco.

A OMS recomenda vacinar as pessoas de maior risco, bem como os profissionais de saúde que possam estar expostos à doença.

Com infomações de O Globo