Parque Encontro das Águas Rosa Almeida, projeto de Niemeyer recebera ajustes de acessibilidade

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Um dos arquitetos mais importantes da história, Oscar Niemeyer, sempre teve projetos que se transformam em construções incríveis pelo mundo. E não deverá ser diferente no Amazonas, onde o arquiteto de notório conhecimento, arrojo técnico e cuja assinatura passou a ser o concreto armado, projetou o Parque Encontro das Águas, que volta a ser prioridade para a Prefeitura de Manaus na gestão do prefeito David Almeida.

Uma das últimas construções inauguradas com a assinatura Niemeyer, falecido em 2012, foi a Esfera erguida na cidade de Leipzig, na Alemanha, em uma antiga fábrica.

Diferente da Alemanha, em Manaus, no alto de um platô na zona Leste, a vista para o encontro dos rios Negro e Solimões se soma à grandiosidade das linhas do arquiteto, cujo projeto é considerado uma joia.

Nos próximos 10 dias, o responsável técnico pelo escritório de Niemeyer, o também arquiteto Jair Valera, fará ajustes, composições e alinhamento para o futuro Parque Encontro das Águas Rosa Almeida, uma das obras anunciadas pelo prefeito. Em visita a Manaus, Valera se reuniu com diretoria e técnicos do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), que desenvolve os complementares e está em fase de licenciamento para lançar a licitação até setembro deste ano. A entrega do parque está prevista para 2023, prevendo oito meses de construção.

“O Oscar adorava este projeto e ele é muito importante para sua memória, uma grande homenagem. Trabalhei com ele por 40 anos e participei muito desta criação, do restaurante, por exemplo. Serão feitas alterações no que diz respeito à acessibilidade, às rampas, para seguir a legislação atual, mas será pouco. Terá um complemento novo, que é muito interessante, que vai atrair ainda mais público ao local, que tem uma vista maravilhosa”, explicou Valera.

Em 2006, quando a Prefeitura de Manaus contratou Niemeyer, foi feito o projeto básico e parte do executivo. Com a retomada das tratativas para sua construção, o responsável técnico acredita que a cidade e a arquitetura vão ganhar uma verdadeira joia.

“Será um espaço muito visitado, como todas as obras dele são. E é um lugar especial. Dificilmente se verá algo semelhante ao que se tem neste ponto do encontro dos rios”, comentou o responsável técnico pelo escritório ON.

Segundo Valera, quando Oscar pensou na cúpula, que remete a uma oca, pensou numa edificação que não tira a visão da paisagem espetacular.

“São duas hastes, em concreto, que sobem e se encontram, simbolizando os dois rios, com cores diferentes. Será um grande prazer retomar esta obra”.

Para o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente, a consultoria e alinhamento técnico são partes fundamentais para o avanço e integração do projeto para Manaus.

“Com as equipes do Valera e as nossas de engenharia e arquitetura, finalizando os ajustes necessários, esperamos poder dar a ordem de serviço em setembro. O prefeito quer fazer um grande evento para dizer a Manaus que a cidade tem uma nova dinâmica de desenvolvimento urbano, de turismo, lazer e cultura. Manaus continua sempre à frente”, explicou Valente.

O engenheiro que estava no Implurb quando o projeto arquitetônico foi contratado, em 2006, lembra que sempre foi um sonho ter uma obra do Niemeyer para a capital. O sonho se concretizou em linhas desenhadas pelo arquiteto ainda vivo, mas depois ficou parado, fazendo parte do catálogo de acervo.

“Passados 16 anos, David Almeida, numa visão estrategista, mostra para a cidade que projetos bons têm que ser resgatados e executados. O Parque Encontro das Águas Rosa Almeida será o primeiro ou segundo monumento turístico do século, equivalente ao Teatro Amazonas, de grande visitação local, nacional e internacional”.

Homenagens

Com vista privilegiada do Encontro das Águas, o parque receberá o nome de Rosa Almeida, mãe do prefeito David Almeida, que foi uma das vítimas da Covid-19, em 2020.

Distribuído em uma área total de mais de 120 mil metros quadrados, com encostas e grande declividade, o parque tem vista do cartão-postal natural onde percorrem os rios Negro e Solimões. Nele, estão os elementos do projeto original de Oscar Niemeyer, que receberá ainda mirante, centro de artes, museu, restaurante e outros elementos urbanos.

O arquiteto Niemeyer desenhou uma estrutura em concreto armado, na sua assinatura de reinterpretação de materiais modernos e volumes puros, na relação arte-arquitetura. Para o parque, há o contraste geométrico entre formas arquitetônicas orgânicas – a representação dos rios – com a natureza exuberante.

As hastes em concreto armado têm 30 metros de diâmetros e uma lâmina em cima, com cerca de 17 metros de altura, representando os rios Negro e Solimões. A outra parte é um restaurante, também dando curva ao concreto.