Roraima – A atuação especializada dos peritos tem permitido esclarecer vários casos em um ano e a identificação humana de cinco pessoas, após a implantação do LGF-RR (Laboratório de Genética Forense) do Instituto de Criminalística da PCRR (Polícia Civil de Roraima). O LGF-RR foi implantado em 3 de setembro de 2019.
O LGF-RR conta com equipamentos de alta tecnologia e um grupo técnico formado por peritos criminais, capacitado para trabalhar nos processos que têm como objetivo esclarecer crimes por meio de exame de DNA, colaborando com as investigações criminais.
Conforme o diretor do Instituto de Criminalística, Sttefani Ribeiro, neste primeiro ano de instalação, o LGF-RR trouxe importantes avanços na elucidação de crimes. Segundo o diretor, antes da implantação do laboratório os laudos que necessitavam de exames genéticos eram enviados para outros estados, o que tornava o processo demorado e caro.
Neste primeiro ano de trabalho, a equipe de peritos do LGF-RR realizou a coleta de 400 amostras de condenados por crimes hediondos ou por crimes praticados dolosamente, com violência de natureza grave contra a pessoa, atendendo à determinação do MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) para serem inseridos no BNPG (Banco Nacional de Perfis Genético). A meta é que ainda neste ano sejam coletadas mais 100 amostras.
De acordo com a perita criminal do LGF-RR, Andrea Sant’Ana, nos últimos meses foram finalizados exames de cinco casos de identificação humana, três de paternidades criminais e de um vestígio criminal.
Sant’Ana destacou que, além das análises de exames genéticos, o LGF-RR tem buscado meios para adequar o Sistema de Qualidade do Laboratório e se interligar à RIBPG (Rede Integrada de Banco de Perfis Genéticos), que tem a finalidade de manter, compartilhar e comparar perfis genéticos a fim de ajudar na apuração criminal como parte da instrução processual, ajudando a esclarecer crimes.
Outro projeto de destaque deste primeiro ano de trabalho dos peritos é a força-tarefa criada para analisar amostras biológicas de crimes sexuais.
“O LGF-RR, em um trabalho conjunto com IML [Instituto Médico Legal], realizou a padronização de coleta de vestígios em vítimas de crimes sexuais para realização de exame de DNA forense no início do ano de 2019. Hoje, temos 64 casos de 2019 e 60 casos em 2020, somando aproximadamente 424 amostras biológicas a serem analisadas”, disse a perita.
Ela observou ainda que o material coletado está sendo triado por meio de exames de PSA (Antígeno Prostático Específico) e, assim que tiverem os perfis genéticos, eles farão parte do Banco de Perfis Genéticos de Roraima, e serão inseridos em rede.
Este ano foi instituído também um GT (Grupo de Trabalho), com a finalidade de subsidiar a formulação de medidas para a identificação genética de pessoas desaparecidas. Conforme a perita, foi verificado que existem mais de 18 mil amostras de RMNI (restos mortais não identificados) aguardando análise genética nas diversas unidades da Federação.
“No momento, o IML está fazendo levantamento de ossadas não identificadas por outros métodos, para termos o quantitativo local a ser analisado. Paralelamente, o LGF-RR iniciará um trabalho junto às delegacias do Estado, para a verificação da existência de familiares de pessoas desaparecidas, objetivando a coleta de material biológico desses familiares, que serão confrontados com todos os perfis questionados adicionados aos bancos de perfis genéticos brasileiros”, afirmou Sant’Ana.
Para o delegado geral de Polícia Civil, Herbert de Amorim Cardoso, a implantação do LGF-RR significa um grande avanço para o sistema de segurança pública em Roraima, pois se trata de uma tecnologia de ponta que dará suporte ao trabalho da polícia judiciária e à Justiça, com celeridade e economia.
“O trabalho do laboratório de genética permite aos peritos a garantia de atestar laudos que somam com a investigação policial, ajudando na elucidação de crimes, sem a hipótese da dúvida. Isso é um ganho enorme para a sociedade e para a Justiça”, enfatizou o delegado geral.
CASO UIRANDÊ
Nesta quinta-feira, 3, às 9h, o diretor do Instituto de Criminalística, Sttefani Ribeiro fará a entrega do laudo do material biológico coletado do policial militar Uirandê Costa Mesquita, de 29 anos para a delegada que preside as investigações, Simone Arruda. Somente a delegada poderá informar o resultado do laudo. A entrega do exame será realizada na sede do Instituto de Criminalística.
Com informações de Ascom/PCRR