Prefeitura e Ministério da Saúde discutem estratégias para a redução da mortalidade materna

Foto - Camila Batista / Semsa

Com o objetivo de fortalecer o compromisso para a redução da mortalidade materna no Brasil, uma equipe do Ministério da Saúde veio a Manaus apresentar as bases do Termo de Execução Descentralizada (TED), instrumento que formaliza o papel da União, Estado e município para a redução do número de óbitos de mulheres durante a gestação ou até 42 dias após o parto.

A reunião aconteceu nesta terça-feira, 29/3, na sede da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), na zona Centro-Sul, entre a equipe do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (Dapes) do Ministério da Saúde e dos Departamentos de Atenção Primária à Saúde (DAP) e Informação, Controle, Avaliação e Regulação (Dicar) da Semsa.

A equipe de técnicos do governo federal foi recebida pelo subsecretário de Gestão da Saúde, Djalma Coelho, que destacou que a redução da mortalidade materna é uma pauta prioritária para a saúde municipal.

“O foco da gestão do prefeito David Almeida é na qualificação e na manutenção da qualidade dos serviços de saúde às gestantes. Manaus tem se destacado no Previne Brasil, no qual o pré-natal é indicador número um, fortalecendo a Atenção Básica. Estamos comprometidos em manter nossos indicadores elevados e a vinda dos técnicos do Ministério da Saúde reforça o nosso compromisso em reduzir a mortalidade materna”, salientou.

Glenda

Na oportunidade, a equipe da Semsa apresentou aos técnicos do governo federal o painel de monitoramento Glenda (dashboard), uma ferramenta de gestão que reúne informações sobre o acompanhamento de mulheres gestantes atendidas pela rede de saúde municipal, criada para apoiar a prefeitura no combate à mortalidade materno-infantil em Manaus.

O painel reúne informações como o número consultas, atendimentos, exames, orientações e outros dados relacionados às gestantes atendidas pelo município, como forma de apoiar a gestão na tomada de decisão quando necessário.

“É uma ferramenta que reúne informações do pré-natal, que vão além daquelas observadas nos indicadores do Previne Brasil. Ela complementa o trabalho da atenção primária e possibilita a intervenção em tempo oportuno no pré-natal”, assinalou a diretora do Dicar, Sanay Pedrosa.

Telemonitoramento

A diretora do Dapes, Lana de Lourdes Aguiar Lima, explicou que o Termo que Execução Descentralizada terá o apoio da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) com o Telemonitoramento do Pré-natal de Alto Risco, que permitirá o reforço no atendimento às gestantes, sobretudo nas áreas mais distantes.

Manaus foi selecionada juntamente com 11 municípios (São Gabriel da Cachoeira, Parintins, Manacapuru, Tefé, Coari, Maués, Itacoatiara, Tabatinga, Barcelos e Jutaí), onde a mortalidade materna com cuidado especial à gravidez de alto risco deve ser uma prioridade.

“Estamos otimistas com o trabalho a ser desenvolvido nesses municípios com esse projeto-piloto, que tem grande potencial de servir como uma boa experiência para todo o Brasil, principalmente naquelas áreas mais vulneráveis. É um projeto tripartite, que está mobilizando todos os entes do SUS para enfrentar a mortalidade materna”, informou.

Ainda segundo ela, os dados preliminares relacionados à mortalidade materna do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) indicam que até 2019, a média de mortalidade materna no Brasil era de 59 mulheres para cada 100 mil nascidos vivos.

“A nossa estimativa é de que o cenário tenha se agravado por causa da pandemia. Por isso precisamos nos dar as mãos para não perdermos mais gestantes”, frisou.