Mais de 300 agentes Comunitários de Saúde (ACS) e de Combate às Endemias (ACE) do município iniciaram nesta segunda-feira, 18, a 2ª edição do Ciclo de Formações, parceria entre a prefeitura o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). A iniciativa busca preparar os novos profissionais para oferecer um atendimento inclusivo e diferenciado às populações mais vulneráveis, como refugiados, migrantes e indígenas.
As formações seguem até março de 2025 e vão abordar temas essenciais para a realidade local, como saúde indígena, atendimento a grupos específicos no Sistema Único de Saúde (SUS) e práticas de proteção à infância. Os agentes também terão acesso a conhecimentos sobre água, saneamento e higiene, fundamentais para a melhoria da qualidade de vida da população.
Um dos pontos de destaque da formação é a metodologia ativa empregada, que promove a troca de experiências e o aprendizado conjunto entre os participantes, além de fortalecer a rede municipal de forma mais inclusiva, respeitando as diferenças culturais e atendendo a necessidade de todas as pessoas.
“Os ciclos fortalecem o trabalho dos profissionais, capacitando a todos para atenderem com qualidade uma importante parcela do município, especialmente crianças refugiadas, migrantes e indígenas, que necessitam de um cuidado mais direcionado e humanizado”, disse a chefe interina do UNICEF em Roraima, Nayana Góes.
Com a capacitação, é esperado um impacto direto na qualidade dos serviços prestados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e no fortalecimento das ações de combate às endemias, conforme pontuou o secretário municipal de Saúde, Renato Maciel.
“As formações refletem o compromisso contínuo da Prefeitura de Boa Vista em investir na qualificação de seus profissionais, garantindo que a rede de saúde de Boa Vista continue a atender com qualidade e de forma igual toda a população, especialmente as mais vulneráveis”, pontuou.
Atenção e cuidado ainda mais humanizados
Entre os participantes, todos recém-chegados à rede municipal de saúde, está Dayane Machado, ACS na UBS Maria das Dores Pereira, bairro Equatorial. Ao fim do primeiro dia, ela refletiu sobre a importância do ciclo frente às barreiras encontradas, como o idioma.
“É interessante para a gente aperfeiçoar o trabalho dentro da nossa área de abrangência. A comunicação com outras línguas é uma das dificuldades encontradas, mas a gente se entende. Vamos usando palavras-chave para as orientações. Eu acredito que o trabalho é um aprendizado constante”, falou.
O primeiro dia da formação mostrou para Warlly Carlos Martins, ACS na UBS Silvio Leite, que os agentes lidam com problemas semelhantes em suas áreas. Para ele, a formação vai facilitar as abordagens de atendimento junto à população mais vulnerável que vive no município.
“Estou aqui na formação para aprender mais e poder repassar esse conhecimento para as pessoas que eu atendo. Por exemplo, eu um casal de idosos imigrantes. Um vizinho nos apoia na comunicação com eles para que o tratamento e o atendimento sejam efetivos.”, comentou.