Com a conclusão da ampla e minuciosa atualização do banco de dados iniciais de 1.656 unidades históricas do Centro de Manaus, dez praças e 11 armazéns de porto listados no Decreto 7.176/2004, da Prefeitura de Manaus, o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) se debruça nos trabalhos da edição final das fichas técnicas da lista para futura publicação no Diário Oficial de Manaus (DOM).
Neste mês, os técnicos da Gerência de Patrimônio Histórico (GPH) estão verificando divergências na base cadastral, como numeração encontrada no Boletim de Cadastro Imobiliário (BCI), tipos de vias e nomes de rua. Também estão realizando vistorias in loco nas edificações e produzindo levantamento fotográfico dos lotes.
Durante o trabalho de vistoria em campo, especialmente novas unidades foram incluídas entre as classificadas como de interesse de preservação de 1º e 2º graus.
As informações de endereço, numeração, setor dentro do sítio histórico, subsetor do Plano Diretor, classificação e tombamento (quando existir), uso do imóvel, fotos antigas (2003/2004) e atuais (2021/2022), mapa de localização e descrição das unidades são inseridos na plataforma de dados, gerando as chamadas fichas técnicas. Elas ainda têm dados das fachadas, cobertura e indicam se a edificação/lote está em abandono.
“Durante o trabalho, são revisadas discordâncias, como numerações desencontradas, localização e duplicidade de endereços. Também são observados nos imóveis sinais de descaracterizações, demolições e sinistros ocorridos posteriormente ao decreto. Estamos valorizando a manutenção das edificações que são relevantes para o valor histórico e simbólico do patrimônio edificado de Manaus dentro do território Centro Antigo. O trabalho em campo e o uso de novas tecnologias permitem inclusive excluir imóveis que não existem mais ou já estão totalmente descaracterizados”, explicou a gerente do GPH, arquiteta Luiza Lacerda.
Revisão
“Desde 2004, a listagem das edificações de interesse de preservação não passa por uma revisão minuciosa. Durante todo esse período, decretos tiraram alguns imóveis da lista, ocorreram reformas ou até mesmo total abandono e ruínas de alguns bens. Têm unidades que desapareceram e outras foram reestruturadas, e não faz mais sentido estarem na lista. A atualização com georreferenciamento e mapas geográficos modernos vai permitir uma melhor leitura e compreensão do Centro Antigo edificado”, explica o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente.
A revisão, para o diretor de Planejamento do instituto, arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro, foi iniciada, mas não finalizada nos últimos cinco anos.
“Agora temos uma compilação ampla, retirando, inclusive, duplicidade de endereços e de imóveis citados tanto em primeiro quanto em segundo grau, além da importante revisão com vistoria em campo, com todos os imóveis tombados nos níveis de interesse federal, estadual e municipal”.
O banco de dados no ArcGIS vai permitir um melhor desempenho em relação a essas unidades, tanto nas ações integradas de planejamento e desenvolvimento de projetos da Prefeitura de Manaus, quanto na fiscalização.