A Polícia Federal, em parceria com a Receita Federal, conduz quatro operações nesta quarta-feira (20) visando combater o garimpo ilegal e o comércio não autorizado de ouro no Território Indígena Ianomâmi.
De acordo com as investigações, o minério de ouro extraído de garimpos ilegais na Terra Ianomâmi, situada entre o Brasil e a Venezuela, estava sendo comercializado no exterior, levantando suspeitas de que essa atividade ilegal movimentou cerca de R$ 6 bilhões.
A ação da PF visa o cumprimento de, pelo menos, quatro mandados de prisão e outros 48 de busca e apreensão em várias regiões, incluindo o Distrito Federal e oito estados: Roraima, Goiás, Amazonas, Distrito Federal, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Pará.
Duas dessas operações ocorrem em Roraima, com uma delas sendo denominada Operação Eldorado. Nessa ação, foram efetuados dois mandados de prisão preventiva e 40 mandados de busca e apreensão nos estados de Roraima, Amazonas, Goiás e Distrito Federal, emitidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Boa Vista, capital de Roraima.
Um dos indivíduos presos foi Ariel Silva Magalhães, empresário suspeito de intermediar a saída do ouro ilegal da terra indígena por meio de sua empresa, a MF Soluções Empresariais, como indicou a PF.
O outro alvo da operação foi detido em um condomínio de residências de alto padrão em Manaus. De acordo com a PF, Brubeyk do Nascimento teria organizado um esquema de remessas ilegais de ouro extraído de garimpos na Terra Indígena Ianomâmi para negociação no exterior.
A PF também revelou que Nascimento já havia sido detido em 2022 em Manaus, na companhia de dois norte-americanos, enquanto tentavam embarcar ilegalmente com 35 kg de ouro com destino aos Estados Unidos. Ele tinha mandados de prisão em aberto em três estados: Amazonas, Roraima e Tocantins.
Outra operação, chamada Operação Emboabas, foi realizada no Amazonas, onde foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, 16 mandados de busca e outras medidas cautelares em cidades como Manaus, Anápolis (Goiás), Ilha Solteira (São Paulo), Uberlândia (Minas Gerais), Areia Branca (Rio Grande do Norte) e Ourilândia do Norte, Tucumã e Santa Maria das Barreiras (Pará).
A Polícia Federal destacou que a Operação Emboabas identificou indícios de contrabando de ouro para a Europa, após a prisão em flagrante de um indivíduo que transportava 35 kg de ouro e tinha a intenção de entregá-lo a dois norte-americanos, que eram sócios de uma empresa em Nova Iorque.
A Receita Federal estima que os bens bloqueados e apreendidos alcancem o valor de aproximadamente R$ 1 bilhão.