O secretário de Estado de Saúde (SES-AM), Marcellus Campêlo, ressaltou, nesta sexta-feira (16/04), que a atual pressão por novas internações na rede estadual de saúde é de pacientes de causas externas. Em razão do aumento de atendimentos não Covid, a SES-AM reorganizou a rede hospitalar com a conversão de leitos exclusivos de Covid-19.
“O que tem pressionado a rede são as causas externas. Temos os Hospitais e Prontos-Socorros (HPSs) João Lúcio, Platão Araújo e 28 de Agosto muito pressionados, principalmente com acidentes de trânsito e traumas de ortopedia. A nossa rede está preparada, e peço a colaboração da sociedade no sentido de ter cuidado no trânsito”, declarou o secretário, durante live transmitida nas redes sociais do Governo do Amazonas sobre medidas de enfrentamento à Covid-19 no Amazonas.
As unidades da rede estadual de saúde já atendem, em sua maior parte, pacientes com traumatismo, lesões ou quaisquer outros agravos à saúde relacionados à violência ou outra causa como acidentes de trânsito, agressões, ferimentos por arma de fogo e por arma branca e quedas.
Segundo o secretário, a reestruturação da rede está sendo feita de forma gradual, com a conversão dos leitos, clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) conforme as necessidades dos atendimentos nas portas de entrada. Marcellus Campêlo assegurou que a estrutura montada para o enfrentamento à Covid-19 no Estado não será desativada e está organizada para possibilidade de uma nova subida de casos.
Diante deste cenário, o secretário anunciou a ampliação do Programa Gira Leitos de cirurgias ortopédicas noturnas para que a taxa de ocupação dos HPSs de Manaus esteja dentro da capacidade ideal, reduzindo a superlotação e agilizando os atendimentos.
“Vamos ter que fazer o Gira Leito para atender, inclusive nas madrugadas, cirurgias de ortopedia, para liberar leitos nestas unidades, e usando hospitais de referências em cirurgias eletivas, como Fundação Hospital Adriano Jorge, para o giro de leitos na rede”, afirmou Campêlo.
De acordo com o secretário, a rede apresenta baixa ocupação nos leitos clínicos Covid, corresponde a 37%, e 75% em média dos chamados registrados no Sistema de Transferência de Emergência Regulada (Sister) da SES-AM são de causas não Covid, principalmente do interior do estado.
“Nós temos uma configuração da rede voltando à normalidade. Em torno de 100 chamados por dia no sistema de regulação. Por exemplo, na quinta-feira, às 22h, tínhamos 112 chamados, sendo 31 Covid e 81 não Covid”, citou Marcellus Campêlo.
O secretário informou que a SES-AM trabalha na revisão do plano de contingência que será apresentado aos órgãos de controle e à Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
Monitoramento – O secretário enfatizou, na live, que o Núcleo de Modernização da Infraestrutura da Saúde (Infrasaúde) monitora, diariamente, o consumo e o abastecimento de oxigênio nas unidades de saúde da rede estadual. O consumo atual de O2 medicinal no estado é em torno de 18 mil metros cúbicos, abaixo do registrado antes do recrudescimento da pandemia de Covid-19, no início de 2021.
O Amazonas dispõe de 38 usinas de geração independente de oxigênio em funcionamento nas unidades de saúde da rede pública e privada, abrangendo 21 municípios do estado, cuja capacidade de produção diária é de 16.344 metros cúbicos.
“Temos uma usina aguardando instalação e mais duas em trânsito. Mais seis usinas, que estão adquiridas pelo Estado, serão instaladas no interior do Amazonas para assegurar a autossuficiência na geração de oxigênio”, finalizou o secretário.