Região Truaru abre segundo polo de plantação de pimenta pelo projeto Tay Tay

projeto Tay Tay abriu o Polo II de plantação na comunidade indígena Aurora do Campo. Foto: Welika Matos

Com o apoio da Prefeitura de Boa Vista, o projeto Tay Tay abriu o Polo II de plantação na comunidade indígena Aurora do Campo. E o mês de junho se inicia com a colheita das principais pimentas para comercialização nas feiras da Capital, como: Canaimé, Malagueta, Olho de Peixe e Murupi.

O nome Tay Tay significa “curupira”, na língua macuxi e faz alusão ao personagem folclórico que, segundo as lendas indígenas, é guardião da floresta e aprecia pimenta, chegando a plantar várias delas pelas matas.

O projeto se iniciou na comunidade Vista Alegre em 2018, com insumos fornecidos pela Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas (SMAAI), como sementes, fertilizantes, equipamentos para irrigação, máquinas, assistência técnica, criação da identidade visual em rótulos e embalagens além da comercialização do produto.

“A secretaria faz o acompanhamento da produção, oferecendo suporte até o momento da comercialização. Seguimos com a proposta de oferecer para as comunidades que queiram plantar pimenta e participar desse projeto uma renda extra, como foi na região do Truaru”, disse o secretário Guilherme Adjuto.

No primeiro Lote da Vicinal 1 foram plantadas 400 mudas dos quatro tipos de pimenta. O processo para transformar em pimenta moída (a famosa “jiquitaia”), consiste no trabalho manual de todos os envolvidos no projeto.

Há 35 anos, a produtora rural Anete Souza trabalha na agricultura familiar. Essa é a primeira vez que faz parte de uma cooperativa. Em seu lote, ela aprendeu junto com os técnicos da SMAAI a plantar e a cultivar a pimenta, sendo uma renda extra para ela e outras famílias indígenas envolvidas.

“A prefeitura investe em tudo o que é necessário para continuarmos a plantação. Fico feliz em poder aprender sobre a pimenta e ainda ter essa renda. Pela Comunidade Aurora do Campo, são dez famílias que estão envolvidas nessa plantação. A gente colhe e leva tudo para passar pelo processo até chegar na ‘jiquitaia’”, disse a agricultora.

O produtor Antônio Macedo recebe as pimentas colhidas e inicia o processo de separação das quatro variedades, além de lavagem, desidratação, até a parte de moer e embalar. Em sua propriedade foram plantados 4 mil mudas de pimentas. Ele também faz todo o processo do plantio em copos para criação de folhagem e raiz ainda dentro da estufa, e posteriormente plantadas no solo para cultivo.

“Aqui no meu lote são 6 famílias me ajudando. Eu faço tudo para as pimenteiras crescerem saudáveis. A estufa ainda é improvisada, até a parte de desidratação. Mas, com as vendas dessas pimentas, vamos começar a organizar melhor tudo. E pretendemos ter uma estufa maior e conseguir produzir ainda mais pimentas após o ciclo de 4 meses, quando é período de colher” disse, o agricultor.