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Rio Negro atingiu sua menor marca em 121 anos de medição, deixa Manaus à beira do caos

Foto: Divulgação Defesa Civil

O Rio Negro atingiu sua menor marca em 121 anos de medição, registrando 12,66 metros nesta sexta-feira (4), superando o recorde anterior de 12,70 metros, alcançado em outubro de 2023. A gravidade da seca atual se reflete na média de redução de 19 centímetros por dia, resultando em uma situação crítica que já afeta 61 municípios do Amazonas, impactando cerca de 560 mil pessoas.

Historicamente, a cota abaixo de 15,8 metros é considerada severa, e a situação se agrava, pois a estiagem deste ano começou antes do habitual, que normalmente ocorre em outubro.

A escassez de peixes nos mercados é uma das consequências diretas dessa crise hídrica. A Federação de Pescadores do Amazonas (Fepesca-AM) alerta para o risco de desabastecimento, enquanto a praia da Ponta Negra, um dos principais pontos turísticos de Manaus, foi fechada para banho devido ao baixo nível do rio. Além disso, bancos de areia no porto dificultam a atracação de embarcações, isolando comunidades e prejudicando o transporte de mercadorias essenciais.

A seca severa e prolongada não apenas ameaça a economia local, mas também impacta a saúde pública. Moradores, como Cassia Maria da Silva, da comunidade Nossa Senhora de Fátima, relatam que a escassez de água e alimentos está levando a Defesa Civil a distribuir suprimentos às populações afetadas. O acesso à capital, que antes levava apenas 15 minutos de barco, agora requer viagens de até quatro horas por estrada, dificultando o transporte de produtos e serviços.

O ciclo natural de cheias e secas do Rio Negro, o maior afluente da margem esquerda do Amazonas, tem se intensificado com os efeitos das mudanças climáticas.

Os pesquisadores do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) estimam que o rio pode permanecer abaixo de 16 metros por mais de dois meses, uma situação que compromete o abastecimento e a navegação, deixando comunidades em condições de isolamento e vulnerabilidade. A necessidade de uma resposta rápida e eficaz por parte das autoridades é urgente, a fim de mitigar os impactos sociais e ambientais desta crise sem precedentes.

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