Saúde do coração: bebês recebem alta após procedimento de cateterismo no Hospital Francisca Mendes

Paciente Ayla Eloá recebendo alta hospitar. Foto: Douglas Santos / SES-AM

Duas recém-nascidas receberam alta hospitalar no último fim de semana da Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes, unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM). O procedimento foi realizado através de uma parceria com o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), que desenvolve o projeto “Pulsando Vidas”.

Os procedimentos que foram realizados no dia 22 de agosto, mostraram resultados positivos, pois ambas receberam alta após alguns dias de procedimento, o que reduzir o tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), bem como não houve a necessidade de realizar transfusões sanguíneas, uso de medicamentos contínuos, ou acessos centrais, tudo isso graças a um procedimento hemodinâmico

A cardiologista pediátrica e ecocardiografista, Suely Teles, coordena a UTI da unidade, destaca a importância desse projeto na realização dos dois procedimentos de cateterismo nas crianças com apenas dois meses de vida.

“Se nós pararmos para pensar em custos e benefícios, antes teríamos que fazer um procedimento cirúrgico com tórax aberto, com a criança necessitando de drenos, em um período de até duas horas de cirurgia. Nesses procedimentos, não houve a necessidade de cortes, apenas uma punção na virilha “, pontuou.

As recém-nascidas

A pequena Ayla Eloar, que nasceu na Maternidade Balbina Mestrinho, foi diagnosticada com uma anormalidade no coração, por meio de avaliação pediátrica logo após o seu nascimento, no qual foi identificada a necessidade da realização do procedimento.

“Com apenas um dia de vida, minha filha foi diagnosticada com uma dificuldade no seu coração.

Quando a pediatra pediu o teste, confirmou que seriam ‘furinhos’ e em seguida ela foi medicada para ajudar com uma válvula do coração dela, após medicação ela foi levada para a UTI, onde ficou em observação, até o doutor Ronaldo Camargo, falar sobre o projeto e que minha bebê poderia participar”, afirma a mãe da Ayla, Rayza dos Santos.

A segunda bebê, Aurora Vitória Leal, de dois meses, já mostrou sinais de alteração no tamanho do seu coração por meio da primeira ultrassom. A genitora precisou aguardar até a 26° semana de gestação para então poder realizar o ecocardiograma, onde foi diagnosticado estenose aórtica grave na bebê.

A mãe de Aurora, Geovana Leal, conta que fazia seu pré-natal normal, mas decorrente a gravidade da gestação foi encaminhada para a Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), recebeu o acompanhamento do caso.

“Foi um pré-natal de alto risco, acabou sendo uma gravidez delicada por conta da má formação do bebê”, destaca a mãe.

No hospital, depois de ter recebido orientação, a mãe foi informada que seria encaminhada para a Fundação Francisca Mendes, para entrar no Projeto “Pulsando Vidas”, já que sua filha se encaixava no perfil.

Projeto

O projeto “Pulsando Vidas” é uma iniciativa do Hospital Moinhos de Vento, do Estado de Rio Grande do Sul, no qual conta com uma pareceria do Ministério da Saúde, por meio do PROADI-SUS, que é responsável por levar o projeto para os hospitais de referência de outros estados.

O cardiologista pediatra e especialista em hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, Dr. Ronaldo Camargo, fala como as recém-nascidas foram escolhidos a participar do Projeto e como funciona no hospital.

“Quando um bebê com cardiopatia nasce, transferimos da maternidade para o hospital de referência, que tem o aparelho de hemodinâmica. No caso do Hospital Moinhos de Vento, não houve nascimento de pacientes neste início do projeto; já no nosso estado sim. Por isso tivemos os dois primeiros procedimentos aqui na nossa Fundação”, finalizou.