Seca severa no Amazonas causa mortes de botos: Impactos e Alerta Climático

Foto: Redes Sociais

Amazonas – Um triste cenário se desenha no lago Tefé, no Amazonas, e nas áreas circunvizinhas, onde mais de cem botos vermelhos e tucuxis foram encontrados mortos entre o último sábado (23) e esta sexta-feira (29). A principal suspeita recai sobre a seca implacável e o aumento das temperaturas da água. A situação é especialmente preocupante, visto que estamos no início da temporada de estiagem, e relatos constantes de mais animais mortos continuam chegando. Isso é alertado pelo WWF-Brasil e o Instituto Mamirauá.

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Essa crise não afeta apenas a fauna local, mas também atinge diretamente a vida dos pescadores e das comunidades que dependem da dinâmica das águas nos rios e lagos da região. Grupos de pesquisa e voluntários se mobilizam para resgatar os animais que estão presos em poças rasas de água quente e transferi-los para locais com água fresca e profundidade adequada para sua sobrevivência. No entanto, a difícil acessibilidade à cidade de Tefé torna a ação mais lenta do que o desejado.

O período tradicional de estiagem, que atinge seu pico em outubro, já está impactando 59 municípios com a diminuição dos níveis de água nos rios, afetando a navegabilidade e, consequentemente, questões logísticas e de segurança relacionadas à coleta e consumo de peixes. Nos próximos 15 dias, a situação deve se agravar à medida que a forte seca se espalha por outras áreas do médio Solimões, resultando em mais mortes de botos e tucuxis em regiões sem equipes disponíveis para resgatá-los.

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A escassez de água e os riscos associados tendem a aumentar com as mudanças climáticas, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O grupo de cientistas alerta que as mudanças climáticas causadas pela atividade humana têm contribuído para a gravidade dos impactos das secas em várias partes do mundo. A estimativa é que os riscos relacionados à água aumentem à medida que o aquecimento global prossiga. De 1970 a 2019, 7% de todos os desastres globais estavam relacionados à seca, resultando em 34% das mortes ligadas a catástrofes.

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O Brasil já perdeu uma quantidade de superfície de água equivalente a dez vezes o tamanho de São Paulo em três décadas. Na última década, os nove países que abrigam a Floresta Amazônica perderam 1 milhão de hectares de superfície de água, equivalente a seis cidades de São Paulo em área hídrica, de acordo com o Mapbiomas. A situação atual no Amazonas reflete a urgência de ações globais e locais para enfrentar as consequências das mudanças climáticas e proteger os ecossistemas frágeis da região amazônica.

Com informações da CNN