A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), em parceria com o Hospital Adventista de Manaus, promoveu, na manhã deste sábado, 26/8, uma ação de saúde e social voltada para gestantes e puérperas da comunidade indígena Parque das Tribos, no bairro Tarumã-Açu, zona Oeste. A programação fez parte do projeto “Quebrando o Silêncio”, da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e do “Agosto Lilás”, mês de sensibilização sobre a violência contra a mulher.
Para a ação, a Semsa deslocou até a comunidade uma Unidade Móvel de Saúde, onde foram realizados exames de ultrassonografia de gestantes e mães em fase puerperal (até 45 dias após o parto) encaminhadas pelo ginecologista. Equipes da secretaria atuaram, ainda, no suporte técnico-organizacional e no referenciamento de pacientes atendidos na ação para uma unidade básica do Distrito de Saúde Oeste.
Na Maloca dos Povos Indígenas, foram ofertadas consultas com profissionais de ginecologia, endocrinologia, ortopedia, cardiologia, pediatria, nutrição, enfermagem, odontologia e clínica geral do Hospital Adventista, além de serviços básicos de saúde e exames laboratoriais. Atendimentos psicológicos e jurídicos, e rodas de conversa sobre violência obstétrica e saúde mental, também integraram a agenda.
A enfermeira técnica da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Semsa, Vera Hoshiba, assinalou que a ação em parceria com o Hospital Adventista buscou contribuir para a sensibilização da comunidade acerca da violência obstétrica, caracterizada por abusos e maus-tratos contra a mulher no período do pré-natal ao puerpério.
“Estamos fortalecendo e conscientizando a mulher sobre essa temática para que ela possa ter uma experiência exitosa no parto, além de evitar problemas, como a depressão. Nosso compromisso é apoiar a mulher nesse momento tão importante e sensível da vida dela”, pontuou.
Sensibilização e apoio
O coordenador de Ensino e Pesquisa e capelão do Hospital Adventista de Manaus, Luiz Rocha, informou que o projeto “Quebrando o Silêncio” é realizado, anualmente, com o objetivo de sensibilizar a comunidade para o problema da violência em suas diversas formas, como o abuso sexual ou a violência doméstica.
“Neste ano, o hospital decidiu apoiar o projeto, tendo como foco a violência obstétrica, trazendo para o Parque das Tribos uma série de atendimentos, médicos, psicológicos, jurídicos e odontológicos. Nosso público-alvo são gestantes, mas atendemos também crianças, idosos e familiares dessas mulheres”, ressaltou.
Com quatro meses de gestação, a auxiliar de serviços gerais, Cristiane Silva, contou que trabalha de segunda a sexta-feira, e aproveitou para se consultar com o ginecologista e ainda teve a oportunidade de fazer um exame de ultrassonografia.
“Também consegui uma consulta para o meu filho com o pediatra, que eu já vinha tentando agendar, mas não conseguia por conta do trabalho”.
Cristiane participou também da roda de conversa sobre violência obstétrica e destacou a importância das informações e orientações recebidas na atividade.
“O palestrante falou sobre o momento do parto e apontou coisas que eu achava antes serem normais, não sabia que eram violência obstétrica. Foi uma ação muito importante, e ótima também para a comunidade”.
