O Brasil ocupa o 15º lugar do ranking da Austin Rating sobre as maiores inflações do G20, mais a Zona do Euro e Espanha. O país subiu uma posição após a Austrália divulgar seu índice nessa quarta-feira (26). Sete países tem inflação menor que Brasil: Canadá, Indonésia, França, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Japão e China.
A inflação australiana subiu mais do que o esperado no trimestre de setembro, atingindo a maior nível em 32 anos. No acumulado em 12 meses fechou em 7,8%. O Índice de Preços ao Consumidor subiu 1,8% nos três meses até 30 de setembro em relação ao trimestre anterior, segundo os dados do Australian Bureau of Statistics (ABS), divulgado nesta quarta-feira (26).
A Austrália foi o último país a divulgar a inflação referente a setembro na lista das nações do G20. Com esses dados, o país passou a ocupar o 14º lugar, posição que era do Brasil. Neste cenário, Turquia encabeça a lista com uma inflação a 83,5% em 12 meses. Em seguida, vem Argentina com 83% no mesmo período e, em terceiro lugar, Rússia – que está em guerra – com 13,7%.
Inflação no G20
Na visão do economista-chefe da Ryo Asset, Gabriel Leal de Barros, o resultado desta tabela mostra que a inflação é um processo disseminado entre vários países. “O Brasil, mesmo tendo uma atuação econômica relativamente menor do que as outras nações, como a União Européia, Rússia, Alemanha e Zona do Euro como um todo, mostra que a difusão da inflação é alta entre eles, ou seja, o processo inflacionário é global”, pontua.
Barros explica que esses índices são muito influenciados pelas commodities, principalmente as agrícolas, metálicas e energéticas.
“O choque destas commodities é o que está contaminando as finanças dos países”, explica.
O economista faz uma ressalva referente à taxa de juros do Brasil. “Como o Banco Central brasileiro começou a subir os juros mais cedo e mais rápido, estão colhendo os frutos antes dos outros países. Se compararmos com a Zona do Euro, o banco central de lá demorou muito para subir os juros e agora sofrem com a inflação alta”, comenta.
Ele atribui o mesmo cenário aos Estados Unidos.
“O FED demorou muito para iniciar um ciclo de alta nos juros; por isso, vai demorar para ter os benefícios do aperto monetário”, conclui Barros.