Educação/Am – As doenças mentais estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, independente de idade, e, em 2020, os cuidados precisaram de mais atenção por conta da pandemia da Covid-19. Preocupada com a saúde mental da comunidade escolar, a Secretaria de Estado de Educação e Desporto trabalhou com programas virtuais de orientação e, com a volta das aulas presenciais, os encontros passaram a ser nas escolas, com atenção para todos os públicos.
A coordenadora da Atenção à Saúde Psicossocial da Secretaria de Educação, Adriana Magalhães, conta que, neste mês, estão acontecendo rodas de conversa para tratar o tema e buscar uma proximidade maior com os alunos, visando o fortalecimento dos laços entre os estudantes, profissionais e secretaria. Com o tema “Setembro Amarelo: Conectando Vidas”, as visitas do assessoramento psicossocial podem ser solicitadas pelo e-mail [email protected].
Adriana diz que, durante muito tempo, acreditou-se que crianças e adolescentes não eram afetados pela depressão. Atualmente, sabe-se que são tão suscetíveis ao transtorno quanto os adultos – e o referido diagnóstico pode interferir bastante no dia a dia, na vida acadêmica e social.
“Crianças e adolescentes com depressão apresentam frequentemente sinais de tristeza, falta de motivação e solidão, podendo, em alguns casos, demonstrar humor irritável ou instável e, também, explosões de raiva e envolvimento em brigas corporais”, cita a psicóloga, que acrescenta que nem sempre a pessoa percebe esses sintomas em si mesma, podendo ser identificados por um familiar ou amigos, por exemplo.
“Referente a sintomas físicos, observa-se cansaço, falta de energia, dores de cabeça ou de barriga e insônia. Destacando os emocionais, estão preocupação excessiva, sensação de culpa, autoestima baixa, choro, hipoatividade, fala lenta, monótona e monossilábica. Pensamentos recorrentes sobre a morte, ideias e planejamento suicida podem estar presentes em todas as idades”, frisa Adriana.
Atenção especial – A psicóloga reforça que as crises de ansiedade compreendem condições comportamentais diferentes entre si, mas que, habitualmente, provocam sensações subjetivas de desconforto e inquietação, além de desencadear sintomas somáticos como boca seca, taquicardia, sudorese e falta de ar, dentre outros. Nesse contexto, é necessário estar atento para situações cotidianas em que a criança experimenta medo, insegurança e ansiedade, observando se lidam de forma equilibrada.
Setembro amarelo – Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza nacionalmente o Setembro Amarelo, mês em que as doenças mentais recebem mais atenção. Segundo dados do ABP e CFM, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos, no Brasil, e mais de um milhão no mundo. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.