Em alusão ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência celebrado no dia 21 de setembro, o Tribunal de Contas amazonense junto do MPC-AM tem o intuito de cumprir seu papel pedagógico, sensibilizando a sociedade acerca das rotinas diárias de PcDs e o enfrentamento a atos discriminatórios.
Abrindo a solenidade, o presidente do TCE-AM, conselheiro Érico Desterro afirmou o compromisso da Corte de Contas amazonense com as pautas de inclusão e acessibilidade inerentes a vivência das pessoas que possuem deficiência.
“As instituições públicas precisam dar mais atenção ao tema, pensando adequadamente nas suas necessidades, na qual tenho o prazer de dizer que estão sendo bem realizadas por esse órgão colocando em prática ações que visam atender as demandas de pessoas com deficiência”, declarou o conselheiro-presidente Érico Desterro.
Seguindo a fala do presidente da Corte, o coordenador-geral da Escola de Contas Públicas do Amazonas (ECP-AM), Mario de Mello, reiterou a importância de debater assuntos relacionados a políticas públicas para Pessoas com Deficiência, além dos impactos que a falta de inclusão pode acarretar para essa população.
“Temos o intuito de trazer luz para a realidade de pessoas com deficiência, mostrando as dificuldades e possibilitando discussões que enfrentam o capacitismo e a falta de políticas públicas que geram a esse público a carência de autonomia e acesso a necessidades básicas como emprego e renda”, disse o conselheiro Mario de Mello.
Idealizadora do evento, a procuradora-geral do MPC-AM, Fernanda Cantanhede, apresentou as ações tomadas dentro e fora do órgão para viabilizar a independência de PcDs, assim como garantir o cumprimento de leis que visam a integração plena desse grupo na sociedade.
“Desde 2011, o MPC junto deste TCE realizam a fiscalização para cumprimento das políticas públicas visando a acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência na Corte de Contas, assim como diversas outras ações nas mais diversas áreas como serviços de engenharia”, expôs a procuradora-geral do MPC-AM, Fernanda Cantanhede.
Dando o pontapé inicial no ciclo de palestras, a ex-atleta olímpica Lais Souza abordou na sua apresentação a trajetória como ginasta e também do acidente que causou a lesão, deixando-a tetraplégica. Além disso, a palestrante contou sobre o processo de superação, apoio e as dificuldades da acessibilidade.
“Ter adquirido a deficiência me fez ter mais noção das dificuldades que uma pessoa com deficiência pode enfrentar em seu cotidiano e a necessidade de confrontarmos isso por meio de ações das instituições para melhorar a qualidade de vida e o acesso de PcDs em todos os espaços”, discursou Lais Souza.
Prosseguindo com a programação do evento, também foram ministradas palestras com a desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM), Onilza Abreu Gerth, o promotor de Justiça do Ministério Público do Amazonas (MPAM), Vitor Fonseca, e o defensor público do Estado do Amazonas (DPE-AM), Marcelo Pinheiro.
Sobre a palestrante Lais Souza
Lais Souza é ex-integrante da Seleção Brasileira de Ginástica Artística que competia em provas da modalidade, chegando a participar de disputas nos Jogos Olímpicos de Atenas, Pequim e Londres. Em 2013, deu início às competições de esqui estilo livre, porém enquanto treinava para os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi de 2014 sofreu uma queda que lhe deixou tetraplégica.
Há nove anos, Lais Souza dá seus passos em busca de recuperar sua autonomia, agora sob rodas, contando com a ajuda de seus cuidadores e de sua família. Desde então, a ex-atleta viaja o país realizando palestras motivacionais, além de fazer graduação em História.