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“Fiz parte da construção e vou terminar meus estudos aqui”, diz aluno que fará EJA na primeira Escola da Floresta do país

Aluno Mateus Sousa Gama_Foto_Euzivaldo Queiroz

Mateus Sousa Gama, de 24 anos, é um dos alunos que terá a oportunidade de finalizar seus estudos na Escola Estadual da Floresta (EEF) José Loureiro da Silva, inaugurada pelo governador Wilson Lima no dia 16 de julho, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã (a 247 quilômetros de Manaus). A unidade pioneira no Brasil foi projetada para ter baixo impacto ambiental e oferece Ensino Regular e Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O estudante Mateus mora na Comunidade Bom Jesus do Angelim, dentro da RDS do Uatumã, e trabalhou durante sete meses na construção da Escola da Floresta. O jovem tem o sonho de ser engenheiro mecânico e se sentiu grato pela chance de participar do projeto e de poder completar o Ensino Médio na unidade.

“Fiz parte dessa escola aqui, trabalhando desde o início, com sete meses de trabalho. Estou na 3ª série e vou terminar meus estudos aqui. Sou muito grato por ter ajudado nesse trabalho. E agradeço muito aos representantes daqui”, declarou o estudante.

Sonhando com um futuro na faculdade, Mateus acredita que as inovações presentes na estrutura da escola irão melhorar seu aprendizado e auxiliar em sua jornada até o Ensino Superior.

“É uma honra ter esse projeto aqui e usar essas tecnologias avançadas. Essas tecnologias podem me ajudar a terminar meus estudos e minha faculdade, que estou pretendendo fazer”, disse o jovem.

Buscando aliar o ensino tecnológico à ampliação do olhar sobre a Educação Ambiental e a Sustentabilidade, a EEF José Loureiro da Silva conta com painéis de captação de energia solar, sistema de captação de águas pluviais, uso de madeira de manejo florestal sustentável, além de salas de multiuso, laboratório de robótica (Espaço Maker) e alojamentos para docentes e discentes.

Da comunidade para a comunidade

Quando iniciar seus estudos, Mateus será um dos alunos da professora Livane da Silva, 55. A educadora ficou feliz ao ver diversas famílias da comunidade trabalhando na escola e acredita que a unidade já está transformando a vida de muitos.

“Só gratidão por essa construção, por esse lugar, que veio trazer prosperidade para a nossa comunidade e para outras comunidades também, no entorno da nossa”, afirmou a professora.

Para a unidade, um total de 234 móveis foram confeccionados por empresas moveleiras credenciadas no Programa de Regionalização do Mobiliário Escolar (Promove) das Escolas Estaduais da Floresta, beneficiando 75 famílias, direta e indiretamente, e totalizando cerca de R$ 150 mil em investimentos.

Segundo a secretária de Educação e Desporto Escolar do Amazonas, Arlete Mendonça, o projeto é transformador e irá proporcionar, além de educação acessível e de qualidade, emprego e renda para os moradores da região.

“Temos uma escola que foi idealizada dentro de um projeto todo sustentável, onde nós tivemos a oportunidade de fazer um investimento exclusivo do Governo do Amazonas, e nessa comunidade proporcionar uma forma de emprego e renda, onde as pessoas que aqui trabalharam também serão alunos”, afirmou a secretária.

O projeto Escola da Floresta integra o Programa “Educa+ Amazonas”, lançado pelo governador Wilson Lima em 2021, e recebeu investimentos de aproximadamente R$ 5 milhões do Governo do Amazonas. A escola tem capacidade para 200 alunos, sendo 100 estudantes em tempo integral e 100 no turno noturno.

Mais unidades

Dentro do Educa+ Amazonas, mais duas unidades do projeto estão previstas: na Área de Proteção Ambiental (APA) Caverna do Maroaga, no município de Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros da capital); e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piaguçu Purus, em Beruri (a 173 quilômetros de Manaus)

E no Programa de Aceleração do Desenvolvimento da Educação no Amazonas (PADEAM II), outras cinco unidades da Escola da Floresta também devem ser construídas em diferentes unidades de conservação estaduais, localizadas nos municípios de Canutama, Tapauá, Borba, Novo Aripuanã e Manicoré. Em Tapauá, a unidade será flutuante.

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