COP 28 começa em Dubai com lançamento de fundo para ajudar países vulneráveis

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Na data de hoje, celebramos o primeiro aniversário da histórica Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), que marcou um avanço significativo na luta contra os impactos do aquecimento global. Em um anúncio emocionante nesta quinta-feira (30), foi revelado que um montante expressivo de US$ 420 milhões será direcionado para um fundo vital, destinado a apoiar os países mais pobres que enfrentam os desafios decorrentes das mudanças climáticas.

Embora alguns especialistas considerem o valor ainda modesto diante da magnitude do problema, a decisão foi amplamente aclamada pelos delegados representando quase 200 países que participaram desta reunião crucial. A alocação financeira para o “Fundo de Perdas e Danos” materializa o principal resultado da COP 27, realizada em 2023 no Egito, onde a criação do fundo foi aprovada, porém, sem a definição de seus detalhes.

Entre as contribuições anunciadas, destacam-se os generosos aportes de US$ 246 milhões da União Europeia (equivalente a 1,2 bilhão de reais), US$ 100 milhões dos Emirados Árabes Unidos (totalizando 493,4 milhões de reais) e US$ 17,5 milhões (correspondendo a 86,3 milhões de reais) dos Estados Unidos.

“Saudamos as partes por esta decisão histórica. É um sinal positivo para o mundo e para o nosso trabalho”, declarou Sultan Al Jaber, presidente da COP 28, que teve início hoje (30) e se estenderá até 12 de dezembro.

A implementação imediata do fundo, logo no início da COP, dissipou receios de que o compromisso assumido na conferência anterior pudesse ser questionado, o que poderia prejudicar o progresso das demais negociações em curso.

Madeleine Diouf Sarr, presidente do grupo de países menos desenvolvidos, representando 46 das nações mais pobres, enfatizou o “enorme significado para a justiça climática” que essa decisão carrega.

Entretanto, há vozes críticas quanto à magnitude dos recursos alocados. Flávia Martinelli, especialista em Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, expressou a esperança de que esta seja apenas uma etapa inicial, ressaltando que “os prejuízos atuais provenientes da crise climática são muito maiores do que os países decidiram doar”. Ela observa que, apesar de ser um passo positivo em comparação com anos anteriores, é necessário um compromisso mais substancial para enfrentar os desafios iminentes.

O primeiro aniversário da COP 28 nos lembra da urgência contínua de ações coletivas e compromissos significativos para combater as mudanças climáticas, protegendo os mais vulneráveis e construindo um futuro sustentável para as gerações vindouras.